A inclusão e a acessibilidade são fundamentais para garantir que pessoas com baixa visão possam viver de forma independente e produtiva. Este guia oferece uma variedade de recursos e estratégias práticas para facilitar o dia a dia, desde dicas de organização e mobilidade até tecnologias assistivas e materiais educativos. Além disso, abordamos a importância de ambientes inclusivos tanto no trabalho quanto na educação. Com o apoio certo, é possível promover uma vida mais autônoma e integrada. Navegue pelas seções a seguir para descobrir como melhorar a qualidade de vida e a acessibilidade para pessoas com baixa visão.
Entende-se por Orientação a capacidade de perceber o ambiente e saber onde estamos. Mobilidade é a capacidade de nos movimentar.
Técnicas de Orientação e Mobilidade
Com o comprometimento da visão as técnicas relacionadas à orientação e mobilidade são fundamentais no processo de reabilitação e habilitação de todas as pessoas com cegueira e parte das pessoas com baixa visão, cuja condição visual impossibilite o deslocamento com segurança.
Pode ser iniciada desde a infância, na idade em que a criança tenha desenvolvido consciência corporal e consiga andar sozinha.
A orientação para pessoas com deficiência visual envolve o desenvolvimento da habilidade de utilizar os sentidos para captar informações do ambiente ao seu redor. É essencial que a pessoa saiba onde está, para onde deseja ir e quais os passos necessários para alcançar seu destino. Para isso, ela pode recorrer à audição, ao tato, à cinestesia (percepção dos próprios movimentos), ao olfato e à visão, no caso de pessoas com visão residual.
A mobilidade refere-se ao aprendizado que permite controlar os movimentos de maneira organizada e eficaz. Assim uma pessoa com deficiência visual pode se deslocar com autonomia.
Técnica do guia-vidente. É válida para ambientes internos e externos, por meio da utilização de uma pessoa, que fornecerá informações verbais e cinestésicas.
O guia vidente aprenderá como oferecer seu antebraço ou ombro à pessoa com deficiência visual, de tal maneira que ela possa interpretar corretamente e executar os movimentos correspondentes. Essa técnica auxiliará:
Na passagem segura de espaços estreitos, como portas, corredores, peças de móveis, obstáculos encontrados nas ruas (postes, lixeiras, buracos, árvores, etc.);
Ao subir e descer escadas;
Na ultrapassagem dos diversos tipos de portas, descrevendo-as (aberturas laterais, giratórias);
Na localização de cadeiras para sentar-se com segurança;
Em auditórios e assentos perfilados (cinema, teatro entre outros.
Técnicas de autoproteção: Estas técnicas possibilitarão à pessoa com deficiência visual movimentar-se com independência, eficiência e segurança em ambientes internos e familiares, em situações em que haja necessidade de utilizar seu corpo e seus movimentos para se orientar e se locomover. Deverão ser incluídas o mais precocemente possível, pois se constituirão nas bases da segurança e confiança na locomoção, tornando-se hábitos indispensáveis.
Destacam-se:
Técnica de proteção superior: detecta objetos que estejam colocados na altura de seu tórax e rosto.
Técnica de proteção inferior: proporciona proteção da parte frontal e inferior do tronco, detectando obstáculos na altura da cintura e órgãos genitais.
Exploração de ambientes internos
Localização de objetos: sobre móveis, objetos caídos, trincos, maçanetas e puxadores.
Técnica para o cumprimento: proporciona forma socialmente adequada de cumprimentar as pessoas
Tecnica da Bengala Longa: A bengala longa é um instrumento essencial para a orientação e mobilidade de pessoas cegas e com baixa visão. Sua importância pode ser destacada em vários aspectos:
Aumento da autonomia: com o uso da bengala a pessoa ganha confiança e independência para se deslocar sozinha, podendo participar das atividades diárias e sociais.
Detecção de obstáculos: a bengala permite que a pessoa identifique obstáculos no caminho (buracos, degraus, objetos no chão), ajudando a evitar quedas e acidentes.
Sensação do ambiente: ao tocar o chão e objetos ao redor, a bengala ajuda a pessoa a formar uma percepção espacial do ambiente, facilitando a circulação em diferentes locais.
Indicação de presença: a bengala também serve como um sinal para outras pessoas, indicando que a pessoa está cega ou com baixa visão. Isso pode fazer com que pessoas ao redor tenham maior cuidado e respeito.
Em resumo, a bengala longa é uma ferramenta vital que auxilia na mobilidade e segurança e promove a autonomia e a inclusão social das pessoas cegas e com baixa visão.
IMPORTANTE: o ensino destas técnicas deve ser feito por profissionais devidamente habilitados, garantindo a integridade física e a segurança das pessoas com deficiência visual.