BENGALA VERDE – PARA QUE VOCÊ NOS VEJA
Pessoas com baixa visão são aquelas com acuidade visual igual ou inferior a 20/200 ou com campo visual menor que 20 graus no melhor olho.
Essas pessoas não são totalmente cegas, mas tem uma capacidade muito reduzida de enxergar.
Os indivíduos que apresentam diminuição da acuidade visual tem uma série de problemas em sua vida diária, notadamente para realizar atividades como ler, reconhecer outras pessoas, cozinhar, dirigir, praticar esportes e assistir televisão.
Já a alteração do campo visual compromete muito o caminhar, deixando o indivíduo propenso a tropeçar, esbarar em pessoas ou não identificar pessoas ao seu lado.
Os problemas da baixa visão não podem ser solucionados com o uso de óculos ou cirurgias. Na grande maioria dos casos, são causados por doenças da retina ou glaucoma avançado, que não tem regressão.
Segundo o senso do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total, 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos) e 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal).
Infelizmente a baixa visão ainda é desconhecida pela grande maioria da população brasileira. Suas consequências no dia a dia dos portadores não são identificadas, o que faz com que os portadores não sejam compreendidos e, principalmente, respeitados!
Isso, pois a baixa visão nem sempre é visível ou perceptível pelas pessoas pois o aspecto dos olhos costuma ser normal.
Pessoas com baixa visão, por exemplo, podem conseguir usar melhor ou pior sua visão residual dependendo da iluminação. Alguns têm fotofobia na claridade ou cegueira noturna em condições de pouca iluminação. O campo visual e a capacidade de leitura também podem variar em função da iluminação.
Para favorecer a leitura de um maior número de pessoas o tamanho das letras e o contraste da letra com o fundo do papel são importantes. Este cuidado simples funciona como ferramenta de acessibilidade para grande número de pessoas com visão subnormal ou mesmo de inclusão para idosos e demais indivíduos com leve diminuição da capacidade de leitura.
Uma pessoa com baixa visão pode ter muita dificuldade de locomoção, mas ainda pode ser capaz de ler. Um caso verídico, que bem ilustra a situação é o do indivíduo com campo visual restrito que entra no vagão do Metrô utilizando sua bengala. Educadamente, os demais indivíduos do vagão cedem lugar para o indivíduo com a deficiência. O deficiente visual que tem visão subnormal agradece, senta-se e, na sequencia, abre um livro e começa a ler. Aquele que cedeu o lugar, por absoluto desconhecimento, sente-se enganado e agride o deficiente. O público leigo não entende que um indivíduo com visão subnormal pode ter o campo periférico extremamente reduzido a ponto de precisar de uma bengala para se locomover, as mesmo assim ser capaz de ler utilizando sua visão central. Essa é apenas uma das inúmeras situações do dia a dia que as pessoas portadoras de baixa visão enfrentam em função única e exclusivamente do desconhecimento da sociedade em relação à baixa visão.
A utilização da Bengala Verde pelas pessoas de baixa visão tornará possível sua identificação e diferenciação em relação às pessoas cegas. Daí a importância do projeto Bengala Verde, que surge como um instrumento de comunicação dos indivíduos com baixa visão com a sociedade, tendo como objetivo a conscientização da sociedade brasileira acerca da existência e consequências da baixa visão.
Somente através dessa conscientização, e consequente compreensão e respeito da sociedade, será possível melhorar as condições de acessibilidade, mobilidade e inserção social dos indivíduos com baixa visão.
Seu apoio é fundamental. Divulgue essa realidade!
GRUPO RETINA SÃO PAULO
PROJETO BENGALA VERDE
Mais informações sobre o projeto ou como adquirir a Bengala Verde ligue na sede do Grupo Retina São Paulo (11) 5549-2239 ou retinasp@retinasp.org.br