29 de setembro – Dia Mundial da Retina

Retina Internacional e Retina Brasil se unem a organizações de todo o mundo para aumentar a consciência sobre as distrofias da retina.
Distrofias hereditárias da retina como Retinose Pigmentar , Síndrome Usher, Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI), doença de Stargardt entre outras continuam sendo importantes causas da perda de visão no mundo.
As distrofias da retina afetam mais de 40 milhões de pessoas no mundo e representam um custo global superior a U$20 bilhões anualmente, o que requer ações rápidas para aumentar a consciência sobre a prevenção, diagnóstico e opções de tratamento.
No Dia Mundial da Retina (29 de setembro), a Retina Internacional, com suas 32 organizções afiliadas e outras organizações líderes em cuidados da visão de 32 países, convidam os pacientes, seus amigos e familiares, os oftalmologistas, os pesquisadores da visão e instituições de financiamento, a pensar em ações que venham acelerar o ritmo das pesquisas visando desenvolver e disponibilizar mundialmente tratamentos seguros e eficazes.
Este é um momento crucial para pacientes, médicos e patrocinadores de pesquisas, uma vez que uma grande quantidade de dados de diagnóstico e de testes clínicos tem a capacidade de alterar o prognóstico para milhões de pacientes que experimentam perda de visão devido à degeneração da retina.
A Retina Internacional sabe, com base em três décadas de atuação como uma organização internacional de pacientes, que o desenvolvimento de programas de diagnósticos efetivos dessas doenças bem como a possibilidade de tratamento das distrofias retinianas depende muito da conscientização e do entendimento dos que lidam com estes problemas, dos pes-quisadores aos tomadores de decisão.
A perda de visão traz consequências devastadoras para a vida diária de uma pessoa, e aqueles que são afetados por doenças da retina muitas vezes sofrem de depressão grave e perda de sua independência. No entanto, todos podemos colaborar para um futuro melhor, evitando a perda de visão.
Em uma recente apresentação realizada no 17º Congresso Mundial da Retina na Alemanha, o pesquisador e Prof. Robert MacLaren, da Universidade de Oxford, resumiu os passos do planejamento de um estudo clínico:
(i) Definição da doença
(ii) Identificação do mecanismo causador da doença
(iii) Identificação do possível tratamento
(iv) Planejamento do teste clínico
(v) Realização do teste clinico
(vi) Determinação do benefício terapêutico
Como podemos ajudar o passo a passo dos estudos clínicos?
Os pacientes podem ajudar na definição da doença, consultando um profissional especiali-zado da área de oftalmologia e fornecendo informações cruciais para a definição de seus fenótipo e genótipo. Podem participar como voluntários ou colaborar na captação de recur-sos para pesquisa. Os familiares são importantes para auxiliar na definição dos tipos genéti-cos de doença e os amigos podem apoiar os pacientes durante o processo do teste clínico. O corpo médico e as autoridades de saúde tem importante papel na garantia de formação especializada e destinação de recursos para a efetiva prevenção, diagnóstico e programas de tratamento.
E por fim todos nós podemos lutar pelos benefícios sociais, econômicos e comunitários que virão como resultado do acesso universal a tratamentos seguros e efetivos para as doenças da retina.
Os serviços de reabilitação e os grupos de apoio podem ajudar significativamente os pacientes que vivem com doenças da retina a tirar o máximo de sua visão remanescente.
“As doenças da retina um dia poderão ser tratadas”, afirma Christina Fasser, presidente da Retina Internacional. “Cada um de nós tem a oportunidade de contribuir para a preservação da visão de milhões de pessoas. Nossa ação pode ser tão simples como fornecer amostras de sangue a pesquisadores, escrever para uma instituição que possa financiar pesquisas ou prover dados para um processo de avaliação tecnológica de saúde”.
Com a campanha “Dia Mundial da Retina 2012”, a Retina Internacional e a Retina Brasil bus-cam contribuir para informar a população brasileira sobre programas de diagnóstico, testes clínicos, tratamentos disponíveis e finstituições de reabilitação e de apoio na luta contra a cegueira relacionada a distúrbios da retina.
Para mais informações sobre a Retina Brasil e Retina Internacional, acesse os sites:
www.retinabrasil.org.br
www.retina-international.org
Sobre distúrbios da retina
Doenças hereditárias da retina como Retinose Pigmentar (RP) são condições que afetam pessoas de todas as idades, da infância a vida adulta e, apesar de serem geralmente de causas genéticas, podem acomenter esporadicamente pacientes sem histórico familiar da doença. Retinose Pigmentar (RP) é parte de uma família de doenças hereditárias da retina que causam degeneração da retina dentro de um período que depende de cada paciente. Quanto maior o tempo sem tratamento, maior a possibilidade de perda irreversível da visão.
São elas:

  • Degenração Macular Relacionada à Idade
  • Retinose Pigmentar
  • Doença de Stargardt
  • Síndrome de Usher
  • Amaurose Cogênita de Leber entre outras

O que é a Retina Brasil
Associação de Pacientes – RETINA BRASIL, é uma organização social sem fins lucrativos, fundada em 2000, que atua em âmbito nacional e tem por objetivo:

  • oferecer apoio ao paciente com doenças degenertaivas da retina,
  • informar o paciente sobre a doença e o desenvolvimento das pesqusias para trata-mento e cura dessas doenças,
  • informar sobre recursos existentes na area de reabilitação,
  • incentivar o desenvolvimento das pesquisas para tratamento e cura,
  • informar e lutar para garantir os diretios desses pacientes.

Mais informações consulte nosso site: www.retinabrasil.org.br

Prevenção da DMRI: Perguntas e Respostas com a Dra. Emily Y. Chew

Dra. Emily Chew, diretora da Divisão de Epidemiologia e Aplicações Clínicas do National Eye Institute, dos EUA

A Dra. Emily Chew é diretora da Divisão de Epidemiologia e Aplicações Clínicas do National Eye Institute (NEI), no National Institutes of Health (NIH) em Bethesda, Maryland, Estados Unidos. O foco do trabalho da Dra. Chew e de sua equipe é a prevenção da DMRI.
Adicionalmente, a Dra. Chew é uma das principais pesquisadoras do AREDS, um teste clínico de âmbito nacional que começou em 1992 para estudar o impacto dos antioxidantes das vitaminas C, E, do beta-caroteno e zinco na progressão da DMRI. Os resultados publicados em 2001 mostraram que a combinação de vitaminas e minerais (AREDS) em pacientes com a DMRI no estágio intermediário ou avançado em um olho reduziu 25% o risco da progressão para o estágio avançado da DMRI e diminuiu aproximadamente 19% o risco de perda de visão causada pelo estágio avançado da DMRI.
Quatro mil pacientes estão inscritos para uma pesquisa onde vamos determinar se a adição de altas doses de nutrientes luteína/zeaxantina e/ou suplementos com óleo de peixe impedirá o avanço da DMRI.
Por que esses suplementos em particular?
Os pesquisadores da NEI verificaram em suas primeiras investigações que as pessoas que tem uma alimentação rica em luteína e zeaxantina, dois antioxidantes da família beta caroteno, expõem os indivíduos a menores riscos de desenvolvimento da DMRI. Esses alimentos são: couve, folhas verdes, mostarda verde e espinafre cru ou cozido. Em relação aos peixes, eles perceberam que as pessoas que tem em sua dieta bastante ômega-3 ácidos graxo (DHA e EPA encontrados nos peixes, especialmente no salmão) também parecem ter menos risco de DMRI. Esperamos ter em 2013 os resultados do AREDS2.
Pergunta: Gostaria de saber se conversaremos sobre a DMRI neovascular (também chamada de exsudativa), atrófica (chamada de seca), ou ambas?
A degeneração macular relacionada à idade começa com as drusas, pontos amarelos na retina, que podem levar a atrofia e perda de células da retina necessárias para a visão. Esse processo é chamado de DMRI seca. Novos vasos sangüíneos podem ser desenvolvidos e o resultado pode ser a DMRI exsudativa. Todo esse processo é chamado de DMRI.
Não faz muito tempo as pessoas pensavam que a perda de visão na idade madura era inevitável, como ossos frágeis e dentaduras. Mas agora sabemos que podemos ter ossos e dentes saudáveis para o resto da vida. E com relação à visão?
Sabemos que com o avanço da idade corremos o risco de termos glaucoma, catarata e DMRI. Esta representa mais de 50% de perda de visão nos Estados Unidos. Quanto mais longeva for a população, mais pessoas serão afetadas. Além da idade, o risco de DMRI pode também ser aumentado por influências genéticas e fatores ambientais como tabagismo e hábitos alimentares.
O que você diria para alguém que tenha um membro da família com DMRI e está preocupado em herdar a doença? Ajudaria fazer um teste genético?
Um exame oftalmológico avaliando o risco de uma pessoa ter a DMRI seria útil. Em nossos estudos, parece que acrescentar a informação genética não aumenta a probabilidade para uma melhor previsão da doença. Além disso, não temos boas terapias preventivas para isso. Por esses motivos o teste genético não me parece tão interessante.
É verdade que óculos de sol podem prevenir a DMRI? Devemos evitar luz azul? E a luz do computador, TV e telefones?
Não há dados clínicos que sugerem que a luz de qualquer fonte possa danificar ou promover a DMRI.
Há muitos anos você e seus colegas têm trabalhado em uma grande pesquisa clínica buscando os fatores de risco da DMRI e avaliando se altas doses de antioxidantes e zinco alteram a progressão da doença. Nesse estudo, chamado de AREDS, vocês descobriram que antioxidantes e zinco podem reduzir significantemente o risco de avanço da DMRI. Em 2006 vocês lançaram uma segunda fase de estudo chamado AREDS2, para testar se uma combinação modificada de vitaminas, minerais e óleo de peixe, retardaria a progressão da perda da visão. Qual o seu conselho para as pessoas portadoras de DMRI, pensando nas pesquisas AREDS e AREDS2 para prevenir que sua visão piore?
Estamos esperando os resultados dos estudos do AEDS2, que está avaliando o papel da luteína/zeaxantina e ómega-3 ácidos graxos (óleo de peixe). Para os pacientes com grandes drusas em ambos os olhos ou DMRI avançada em um olho, suplementos AREDS devem ser considerados. Obviamente, recomendamos dieta saudável com vegetais de folhas verdes e peixe.
Os resultados do AREDS e AREDS2 se aplicam a alguém sem DMRI, mas que quer prevení-lá?
O uso de suplementos AREDS sem DMRI não é autorizado. Ele não previne o desenvolvimento da DMRI inicial. A fórmula do AREDS2 não é recomendada nesse momento, pois ainda não temos o resultado do estudo.
Só para que fique claro, para uma pessoa sem DMRI, vocês recomendariam ou não comer mais peixe e certos tipos de vegetais como prevenção, já que estou envelhecendo?
Eu recomendaria uma dieta rica com vegetais de folhas verdes e mais de uma porção de peixe por semana.
E com relação às vitaminas que encontramos em estabelecimentos que dizem ser boas para a saúde do olho?
A única vitamina aprovada para as pessoas com risco de DMRI avançada é a fórmula AREDS.
Vamos ser práticos. Com que freqüência deve-se ir ao oftalmologista?
Depende da condição de seus olhos. Se você tem diabetes, deve fazer exames com bastante freqüência.

O que as pessoas podem fazer para monitorar sua própria visão?
Digo para os pacientes que correm o risco de desenvolver a DMRI avançada, para testarem a visão de um olho por vez. Deve-se cobrir um olho para testar o outro. Isso pode ser feito quando se está lendo ou usar a tabela de Amsler (ou um gráfico desenhado no papel) e procurar por áreas embaçadas ou distorcidas.

 
O National Institutes of Health tem um centro chamado de National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM). Sabemos que em muitos países o uso de medicamentos não convencionais é comum. Existe algum trabalho sendo feito para estudar medicação complementar e alternativa para a prevenção da DMRI?
Podemos considerar o estudo da luteína/zeanxantina e óleo de peixe um tipo alternativo de remédio. Na verdade, o NCCAM apóia o estudo AREDS2 com recursos financeiros.
A missão da AMD Alliance International é de trazer conhecimento, ajuda e esperança para as pessoas afetadas por DMRI em qualquer lugar do mundo. Em outras palavras, a AMD serve a comunidade mundial. Se a instituição e seus aliados enviassem uma mensagem para todos os cantos do mundo, qual seria?
Estamos trabalhando bastante para encontrar tratamentos para a forma atrófica de DMRI. Embora tenhamos um tratamento muito bom para a DMRI neovascular com Lucentis, Avastin e agora Eylea, nós gostaríamos muito de descobrirmos uma terapia preventiva para a DMRI.
Qual é a próxima estratégia do National Eye Institute para prevenção da DMRI?
Estamos trabalhando em um estudo que está sendo patrocinado pela Fundação Beckman para avaliar manifestações físicas diferentes de DMRI (fenótipos) e avaliar a constituição genética (genótipo) de cada um. Isso pode nos ajudar a entender a causa da doença e talvez encontrar terapias preventivas melhores.
Você gostaria de dizer algumas palavras finais?
Embora não saibamos o que exatamente causa a DMRI, sabemos que certos fatores de risco estão associados a ela. Tabagismo e outros hábitos de vida como obesidade e em alguns estudos colesterol elevado. Prestar atenção em seus hábitos pode fazer diferença na visão das pessoas.

Alimentos que podem prevenir ou retardar o avanço da DMRI

Os pesquisadores estão trabalhando bastante no desenvolvimento de drogas e outras terapias para tratamento da DMRI, mas necessariamente não temos que esperar por esses produtos. Aqui estão alguns nutrientes encontrados nos alimentos do dia a dia que podem prevenir ou retardar a progressão da doença, segundo  algumas pesquisas.

VITAMINAS C e E

O que são?
Muitos dos nutrientes mais comuns, particularmente as vitaminas C e E têm papel essencial para manter a saúde de nossos olhos. Essas vitaminas são antioxidantes, pois nos protegem dos perigosos subprodutos do oxigênio, que iniciam reações em cadeia levando a deterioração da célula. Em uma retina saudável as vitaminas C e E são abundantes. No entanto, os pacientes diagnosticados com DMRI avançada mostram uma concentração baixa dessas vitaminas. Não é surpresa que o National Eye Institute Estudo da Doença de Olho Relacionada à Idade (AREDS), uma fórmula de vitaminas C e E, junto com beta-caroteno, reduziu o risco do desenvolvimento da DMRI avançada em 17%.
Onde encontrar vitaminas C e E?
O corpo humano é capaz de produzir algumas vitaminas, mas não a C e a E. Felizmente, uma boa dieta pode fornecer toda vitamina C e E que precisamos. A vitamina C é encontrada em nozes e também na maioria das frutas e vegetais, como brócolis, pimentão, morango, frutas cítricas, maçã, espinafre, tomate e batata. Uma boa estratégia é incluir de 7a 8 porções de vitamina C em sua alimentação diária. A vitamina E é um pouco mais rara, mas podemos encontrá-la no germe de trigo, óleo de girassol, castanhas, abacates e vegetais verdes.

Carotenóides e Vitamina A

O que são?
Os Carotenóides são pigmentos que ocorrem naturalmente e são encontrados nos cloroplastos e cromoplastos das plantas. Eles têm um papel importante quando absorvidos pelo corpo. O betacaroteno do estudo AREDS é um exemplo; ele é convertido em vitamina A, que é necessário para uma boa visão. Os dois carotenóides de maior concentração na mácula são luteína e zeaxantina.
Os pesquisados do National Health e Nutrition Education Evaluation Survey (NHANES) que consomem mais luteína e zeaxantina correm menos risco de anormalidades nos pigmentos – um sinal de degeneração macular – do que aqueles que consomem menos carotenóides. Além disso, o AREDS2 está planejado para ser concluído em dezembro 2012, e está especificamente avaliando os efeitos dos suplementos luteína e zeanxantina no desenvolvimento da DMRI.
Onde encontrar carotenóides e vitamina A?
Encontramos luteína no pimentão amarelo, manga, mirtilo e vegetais de folhas verdes. A zeanxantina é encontrada na laranja, pimentão, brócolis, milho, alface, espinafre e tangerina. Caso você não coma muito dessas frutas e vegetais, os ovos são também uma boa fonte de carotenóides.

Ômega-3 ácidos graxos

O que são?
Ômega-3 ácidos graxos como os ácidos docosahexaenóico (DHA) e eicosapentaenóico (EPA), estão na categoria dos ácidos graxos essenciais. Nosso corpo não os produz, mas para termos uma boa saúde necessitamos deles. Esses ácidos graxos são muito importantes para o funcionamento de todo o corpo. Eles bloqueiam inflamações, tratam depressão e são muito importantes para nossos olhos. Estudos indicam que as pessoas que consomem pelo menos 64 mg por dia de DHA e 42,3 mg de EPA reduzem o risco de DMRI neovascular se comparados àqueles com menos ômega-3 em sua alimentação diária. Outros estudos sugerem que DHA e EPA podem não somente retardar a progressão da DMRI, mas também prevenir seu início. Junto com os carotenóides, o AREDS2 está examinando os efeitos desses promissores ácidos graxos.
Onde encontrar omega-3 ácidos graxos?
Embora seja certo que os peixes tenham grande quantidade de ômega-3 ácidos graxos, algumas pesquisas sugerem que outros ácidos graxos encontrados nos peixes diminuem os benefícios do ômega-3. Outras fontes de ômega-3 ácidos graxos são kiwi, nozes, amora e semente de linhaça.

Zinco

O que é?
Para reforçar nosso sistema imunológico e regular nosso metabolismo, o zinco é um mineral indispensável. As pesquisas do AREDS constataram que um suplemento de zinco (com cobre) reduziu o risco da DMRI avançada em 21%. Uma boa quantidade de antioxidantes no nosso organismo pode diminuir em 25% a possibilidade de adquirir a doença, mesmo sem acompanhamento médico.
Onde encontrar zinco?
O zinco não é difícil de ser encontrado. As ostras oferecem em uma porção, a maior parte de miligramas que precisamos, mas temos alternativas: carne de boi, lagosta, caranguejo, frango e carne de porco. Caso você não goste de carne, ingira uma boa quantidade de laticínios, feijões, cereais, aveia e amêndoas.

REFERÊNCIAS
1. Weikel KA, Chiu CJ, Taylor A. Nutritional modulation of age-related macular degeneration. Molecular Aspects of Medicine.2012;33:318-75.
2. Hediger, Matthias A. New view at C. Nature Medicine 2002; 8:445–46.
3. The Age-Related Eye Disease Study Research Group. A Randomized, Placebo-Controlled, Clinical Trial of High-Dose Supplementation with Vitamins C and E, Beta Carotene, and Zinc for Age-Related Macular Degeneration and Vision Loss. Archives of Ophthamology. 2001; 119:1417-36.
4. Mares-Perlman JA, Fisher Al, Klein R, et al. Lutein and zeaxanthin in the diet and serum and their relation to age-related maculopathy in the third national health and nutrition examination survey. American Journal of Epidemiology.2001;153: 424-32.
5. Chiu CJ, Klein R, Milton RC, et al. Does eating particular diets alter the risk of age-related macular degeneration in users of the Age-Related Eye Disease Study supplements? The British Journal of Ophthalmology.2009; 93:1241-46.

 

Tratamento da DMRI: opções e direitos dos pacientes

Os pacientes podem escolher seu tratamento e assistência médica. A AMD Alliance, instituição internacional de pesquisa da DMRI, desenvolveu um folheto com informações: “4 Direitos Essenciais para o Paciente”. Criado pelos e para pacientes explicando em detalhes seus direitos em relação a tratamentos e cuidados. É importante que os pacientes saibam seus direitos.
Os pacientes devem ser bem informados antes de concordar com algum tratamento padrão ou offlabel, pesquisas clínicas, ou participar de campanhas promocionais para drogas, equipamentos, ou propagandas.
“O The American Medical Associations é muito claro quando se refere à importância dessas informações,” disse Narinder Sharma diretor-presidente da AMD Alliance International. “É necessário que haja clara comunicação entre o indivíduo e seu médico, permitindo perfeita compreensão acerca do que será feito. Infelizmente, isso nem sempre acontece. Pergunte sempre sobre suas opções de tratamento, custos e reembolsos.”
Antes de tomar qualquer decisão sobre o tratamento, a AMD Alliance International recomenda que os pacientes discutam com seus médicos:

  1. Qual é meu diagnóstico exato?
  2. Qual é a progressão previsível para alguém com meu problema?
  3. Que opções de tratamento eu tenho?
  4. Como cada uma dessas opções pode me ajudar?
  5. Quais são os riscos e efeitos colaterais desses tratamentos?
  6. Quais são os resultados clínicos aprovados e benefícios observados desses tratamentos?
  7. Sem pensarmos no custo da cobertura do meu convênio, quais são as alternativas de tratamento?
  8. Onde posso encontrar outros suportes como aconselhamento ou reabilitação para pessoas com problemas de visão baixa?

“Tenha sempre em mente que você tem direito a um cuidado adequado, com o melhor tratamento possível,“ diz o Sr. Sharma. “Munidos de informações corretas, acreditamos que os pacientes terão compreensão mais apropriada sobre sua doença e conseguirão lidar melhor com os efeitos colaterais das opções apresentadas pelo especialista em retina.”
Para mais informações sobre DMRI acesse aqui ou visite o site da AMD Aliance: www.amdalliance.org

Semana Internacional de Conscientização da DMRI

Semana de Conscientização da DMRI
De 22 a 30/09 ações promovem a conscientização sobre a doença, seus fatores de risco e prevenção.
A AMD Alliance e a Associação de Pacientes Retina Brasil procuram, por meio deste programa, oferecer informações, orientações e recursos aos pacientes, cuidadores e familiares. Com estas ações buscam contribuir para minimizar o sofrimento das pessoas acometidas por esta patologia.

  • O que é DMRI?

A DMRI é uma doença crônica e progressiva. Ela é a principal causa da perda de visão do mundo moderno. As pessoas com DMRI desenvolvem uma diminuição da visão central, que é geralmente usada quando se olha para frente e em tarefas diárias comuns como leitura e dirigir. Em alguns casos, a DMRI progride vagarosamente e as pessoas notam pouca mudança na visão; em outros a doença progride rapidamente e pode levar a perda da visão dos dois olhos. Há duas formas de DMRI: a seca e a exsudativa. A exsudativa é o estágio avançado da doença e geralmente aparece depois da versão seca. Alguns pesquisadores preferem usar o termo atrófica para a seca e neovascular para a exsudativa.

  • Qual é a diferença entre a DMRI seca e exsudativa?

A seca é o estágio inicial da doença e ocorre quando há um dano nas células sensitivas à luz da mácula levando gradualmente a uma visão central embaçada. A exsudativa representa 10% dos casos de DMRI. É um estágio avançado da doença onde vasos sanguíneos anormais crescem embaixo da mácula deixando vazar sangue e fluido. Isso causa uma ruptura e disfunção na retina e leva à diminuição da capacidade visual.

  • Qual é a incidência da DMRI?

Atualmente, aproximadamente 30 milhões de pessoas no mundo têm DMRI. Este dado representa o dobro das pessoas acometidas de Alzheimer. Nos Estados Unidos, 10 milhões de pessoas têm alguma forma dessa doença. A cada ano estima-se que são diagnosticados 200 mil novos casos de DMRI exsudativa.

  • Quais são os fatores de risco da DMRI?

São eles: idade, predisposição genética, fatores ambientais e de alimentação. O maior fator de risco é a idade: ele começa aproximadamente por volta dos 50 anos. Estudos mostram que depois dos 75 anos, a DMRI afeta mais ou menos 40% dos idosos. Tabaco também é um risco significante para a doença.

  • Quais são os sintomas e sinais da DMRI?

Um dos sintomas mais comuns da DMRI seca é a visão embaçada. Os primeiros sinais são as drusas, que são pequenos depósitos amarelados embaixo da retina que podem ser fragmentos de tecidos deteriorados. Geralmente a DMRI seca precede a exsudativa, mas isso não acontece com todos os pacientes. Ainda não se sabe se ou quando ela progredirá para a exsudativa. Um sintoma comum inicial da DMRI exsudativa é a visão turva de linhas retas. Pontos cegos pequenos também podem ser desenvolvidos quando o paciente está no processo da perda da visão central. Já que a DMRI exsudativa pode causar perda de visão grave e repentina – muitas vezes em semanas ou meses depois dos sintomas iniciais – o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais.

Visão normal
Imagem vista por alguém com DMRI
Imagem vista por alguém com DMRI
 

  • Qual é o impacto da DMRI?

A DMRI traz um impacto para pacientes, famílias e sociedade como um todo. Na verdade, o custo financeiro real da diminuição da capacidade visual no mundo por causa de DMRI foi estimado em 343 bilhões de dólares em 2010. A DMRI exsudativa reduz a qualidade de vida dos pacientes, causando dificuldades em suas atividades diárias e algumas vezes sendo a causa de isolamento social. Pacientes com DMRI exsudativa têm um nível de depressão mais alto que o normal; têm duas vezes mais o risco de morte prematura; têm um risco maior de quedas e fraturas no quadril e, consequentemente, entrada prematura em atendimentos clínicos ambulatoriais. Somente em 2010, os pacientes de DMRI, em conjunto, perderam aproximadamente 6.000.000 de anos de salubridade devido à incapacidade ou morte prematura.

  • Como é tratada a DMRI?

Por enquanto não há terapia com drogas aprovada para a DMRI seca. O National Eye Institute (NEI) do National Institutes of Health nos Estados Unidos descobriram em seus Estudos de Doença do Olho Relacionado à Idade (AREDS) que uma fórmula de alta dose específica de antioxidantes e zinco, reduz significantemente o risco de DMRI avançada e perda de visão associada em alguns pacientes.
Um estudo mais novo chamado AREDS2 está avaliando o papel adicional dos nutrientes, lutein/zeaxantin e ômega-3 ácidos graxos (óleo de peixe), para prevenir a progressão da DMRI. Cientistas da NEI (National Eye Institute) recomendam que os pacientes com grandes drusas em ambos os olhos ou DMRI em estágio avançada em um olho tomem suplementos AREDS. Sugerem também uma dieta saudável com vegetais de folhas verdes e peixe.
Como ainda não há cura para a DMRI exsudativa, o seguinte tratamento é o mais popular e eficaz:
• Terapia anti-VEGF: Este tratamento é baseado no uso de drogas que bloqueiam o VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), a molécula que promove o crescimento de vasos sanguíneos anormais e problemáticos na DMRI exsudativa.
Há atualmente dois tratamentos anti-VEGF (Macugen e Lucentis) aprovados pela FDA (Administração de Drogas e Alimentação) nos Estados Unidos. Esses tratamentos são feitos com injeções mensais no olho que estabiliza a perda da visão. Para algumas pessoas, a visão melhora significativamente.
Tratamentos mais antigos, cirurgia a laser e terapia fotodinâmica são usados algumas vezes:
• Cirurgia a laser: Este tratamento usa laser para destruir os frágeis vasos sanguíneos que vazaram. Somente uma porcentagem pequena de pessoas com a DMRI exsudativa podem ser tratadas com a cirurgia a laser, que pode destruir alguns tecidos saudáveis e afetar a visão. O risco de novos vasos sanguíneos serem desenvolvidos depois do tratamento a laser é alto e tratamentos repetidos podem ser necessários. Por causa dessa desvantagem, a cirurgia a laser não é mais tão usada para se tratar a DMRI exsudativa.
• Terapia Fotodinâmica (PDT): Na PDT, a droga injetada no braço vai para os vasos sanguíneos anormais do olho onde uma luz brilha para ativar a droga que destrói os vasos. Essa terapia retarda o grau da perda da visão, mas não há bloqueio ou restauração da visão nos olhos já afetados pela DMRI avançada. Os resultados do tratamento são frequentemente, temporários e os pacientes podem necessitar de tratamentos múltiplos.

  • Há algum novo tratamento para a DMRI exsudativa?

Novas pesquisas sobre a DMRI fornecem esperanças para o futuro e podem até mesmo preencher as necessidades de tratamentos não atendidas até agora. São elas:
• Terapias que permitam um tratamento com freqüência reduzida (ex: poucas injeções, menos visitas ao médico e redução de custos para os pacientes e órgãos públicos)
• Melhora nos métodos de distribuição das drogas (ex: colírios, compostos orais, radiação)
• Terapias que permitam um automonitoramento em vez de visitas frequentes ao médico.
• Terapias com drogas combinadas que melhorem a eficácia e o ônus do tratamento
• Drogas que bloqueiem a doença nos estágios iniciais

 [1] Age-Related Eye Disease Study – Results, National  Eye Institute, US National Institutes of Health. Available at: http://www.nei.nih.gov/amd Accessed on April 5, 2011.