Os três principais padrões de herança

Imagem representativa do padrão de herança recessivo.

OS três principais padrões de herança são Autossômico recessivo, autossômico dominante e ligada ao cromossomo X.

 A maioria das doenças hereditárias da retina – incluindo a Retinose Pigmentar, a Doença de Stargardt, a Síndrome de Usher – são herdadas. Elas são causadas principalmente por variações genéticas que são passadas de um ou de ambos os pais, através de um dos três padrões de herança revisados neste artigo. 

A discussão a seguir sobre os padrões de herança não é relevante para a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), pois o risco de DMRI está associado a uma combinação complexa de fatores genéticos e estilo de vida, chamada de herança multifatorial.

Genes e Cromossomos

 

Os seres humanos tem cerca de 25.000 pares de genes. Os genes desempenham um papel importante na determinação de quem somos – nossa altura, cor dos cabelos, o risco de algumas doenças, e muito mais. Todos nós temos muitas variações, defeitos e alterações em nossos genes. A maioria destas variações não afetam o que somos ou a nossa saúde e bem-estar. No entanto, algumas variações genéticas, também chamadas de mutações, podem causar problemas. Algumas mutações levam à doenças, incluindo doenças degenerativas da retina.

Os genes estão localizados em estruturas chamadas cromossomos, e os seres humanos normalmente têm 23 pares de cromossomos. Nós herdamos um cromossomo de cada par (e os genes contidos em cada cromossomo) de nossa mãe e um do nosso pai. Os pares cromossômicos 1 a 22 são conhecidos como cromossomos autossômicos (não-sexuais). Os cromossomos no par 23 são conhecidos como os cromossomos sexuais, porque uma das funções é determinar o sexo que teremos.

Portadores do gene

Algumas pessoas são portadoras da doença, o que significa que eles próprios não têm a doença, mas têm o gene mutado e podem passá-lo para seus filhos.

Afetados pela doença

Quando alguém tem a doença e apresenta sintomas da mesma, eles são conhecidos como sendo afetados.

Doenças hereditárias da retina são herdadas de uma das três seguintes maneiras:

Herança autossômica recessiva

Imagem representativa do padrão de herança recessivo.
Imagem representativa do padrão de herança recessivo.

Para ser afetado por uma doença recessiva, uma criança deve herdar uma cópia mutante do gene de ambos os pais. Com a doença recessiva, cada pai tem uma cópia mutada e uma cópia normal do gene em causa. Como cada um dos pais tem tem apenas uma cópia mutante do gene, eles são portadores do gene e não desenvolvem a doença, eles não têm problemas de visão.

Se a criança herda apenas um gene mutante de um pai, então a criança será um portador da do gene e não será afetado pela doença e não vai sentir qualquer problema.

Se a criança herda uma cópia mutante de cada genitor, a criança poderá desenvolver a doença e a perda da visão associada.

Para doenças recessivas, há 25% de chance da criança ser afetada, e 50% de chance de que eles sejam portadores do gene, mas não sejam afetados pela doença. Há também 25% de chance de não receber nenhum gene mutado.

Doenças recessivas são mais susceptíveis de vir como uma surpresa a uma família, porque os pais de uma criança afetada são portadores não afetados, e que a doença pode não ter aparecido por várias gerações.

Exemplos de doenças hereditárias da retina recessivas incluem: Retinose Pigmentar (alguns tipos), a Doença de Stargardt (a maioria das formas), Amaurose congênita de Leber (a maioria das formas) e sSíndrome de Usher

Herança autossômica dominante

Imagem representativa do padrão de herança dominante.
Imagem representativa do padrão de herança dominante.

 

Para ser afetado por uma doença autossômica dominante, uma criança recebe uma cópia de um gene mutante de um dos pais afetado pela doença. É provável que o pai afetado saiba que tem a doença. O outro progenitor não é afetado e nem carrega mutação neste gene.

Com doenças dominantes, há 50% de chance de que uma criança receba o gene mutado e que seja afetado pela doença. E 50% de chance da criança não receber a mutação.

Doenças dominantes tendem a aparecer em várias gerações de uma família, e muitos membros da família são afetados.

Exemplos de doenças hereditárias da retina dominantes incluem: Retinose Pigmentar (algumas formas) e degeneração macular (algumas formas da doença de início precoce).

Herança ligada ao X

Imagem representativa do padrão de herança ligada ao X.
Imagem representativa do padrão de herança ligada ao X.

 

Os padrões de herança para doenças ligadas ao X são mais complexos do que os outros padrões de herança, porque o sexo de ambos os pais e seus filhos determinar se a doença pode ser transmitida aos filhos.

Todas as mulheres têm dois cromossomos X. Todos os homens têm um X e um Y. Quando um homem e uma mulher tiverem um filho, a mulher sempre irá passar um cromossomo X. O homem vai passar um X ou um Y. Se ele passar um X, a criança terá dois cromossomos X e será uma menina. Se ele passar um Y, a criança terá um X e um Y e será um menino.

Doenças ligadas ao X são passadas no cromossomo X. De um modo geral, os homens são afetados por doenças ligadas ao X, e as mulheres são portadores não afetadas. As mães portadoras passam doenças ligadas ao X para seus filhos.

Se uma mãe portadora de uma mutação em um gene ligado ao X tem um filho, há 50% de chance de que o filho seja afetado e outros 50% do filho não herdar o gene mutado.

Se uma mãe portadora de uma mutação em um gene ligado ao X  tem uma filha, há 50% de chance de que a filha seja portadora do gene mas não desenvolva a doença e 50% de que não receba o gene mutado.

Enquanto as mulheres são geralmente portadores não afetadas de doenças da retina ligadas ao X, os pesquisadores descobriram que elas podem ter perda de visão moderada.

Exemplos de doenças hereditárias da retina ligadas ao cromossomo X incluem: Retinose Pigmentar (algumas formas), Coroideremia e Retinosquise.


Saiba mais sobre Genética e sobre as Doenças Hereditárias da Retina

Assista aos vídeos:

A importância do TESTE GENÉTICO: Dra. Fernanda Belga Ottoni Porto

A importância do TESTE GENÉTICO: Dra. Juliana Sallum

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Saiba mais sobre genética:

Genética das Doenças da Retina

Toolkit de Genética

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Doenças Raras e Hereditárias da Retina (DHRs)

Retinose Pigmentar, Doença de Stagardt, Síndrome de Usher, Amaurose Congênita de Leber, etc.

Doenças Comuns da Retina

Deheneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), Retinopatia Diabética, Edema Macular Diabético.

Tecnologia Assistiva

Recursos de tecnologia assistiva, aplicativos, lupas, e outros recursos que ajudam as pessoas com deficiência visual, com Baixa Visão ou cegas.

Nova droga para o tratamento da DMRI

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANVISA) aprovou mais um medicamento para o tratamento da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) em sua forma úmida. Trata-se do aflibercepte (Eylia®), comercializado no Brasil pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals. O presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), Walter Yukihiko Takahashi, faz a análise da situação do tratamento da DMRI com este novo cenário em potencial.
A DMRI é a maior causa de cegueira legal após 65 anos de idade. Esta doença é classificada de duas formas: a seca e a úmida. A forma seca não possui tratamento existente. Embora a forma úmida, ou exsudativa, corresponda a apenas 10% das ocorrências, é responsável por 90% dos casos de cegueira pela DMRI. Seu tratamento é eficiente há cerca de sete anos.
Até agora, dois medicamentos estavam disponíveis para tratamento da DMRI por meio de tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico: o ranibizumabe (Lucentis® – Novartis) e, “off label”, o bevacizumabe (Avastin® – Roche), que combatem a molécula responsável pela ativação da doença, Vascular Endothelial Growth Factor (VEGF). Ambas precisam de uma dose de ataque que consiste na aplicação de uma injeção mensal por três meses. A manutenção do tratamento depende de cada caso e do esquema proposto. Mas são pacientes que devem ser seguidos por anos a fio, uma vez que a recidiva é bastante comum nesses casos.
Uma nova droga, o aflibercept (Eylea® – Bayer), chega ao mercado. Já está aprovada para uso nos Estados Unidos desde dezembro de 2011 e agora também no Brasil, já que foi aprovado pela ANVISA há poucas semanas, com previsão para chegar ao mercado brasileiro em poucos meses. Trata-se de uma nova molécula que combate dois fatores que provocam o recrudescimento da doença, o VEGF e o Placenta GrowthFactor (PlGF). Segundo dois grandes estudos, o VIEW I e II, publicados pelo Diretor do Serviço de Retina e Vítreo do Ophthalmic Consultants of Boston, Jeffrey S. Heier (confira no site http://bmctoday.net/retinatoday/pdfs/rt0312_feature_heier.pdf), no primeiro ano de tratamento, aparentemente, menos infusões são necessárias para se controlar a doença em comparação com o ranibizumabe. No segundo ano, o número de infusões foi semelhante com as duas drogas. Entretanto, pelos esquemas propostos de tratamento que existem no momento, o que trata da doença assim que a fase ativa aparece e o que trata da doença antes que a fase ativa apareça, há expectativa de que menos infusões sejam necessárias para se controlar a doença ao longo do tempo.
Por se tratar de medicação nova, nada está comprovado ainda e somente o tempo e a realização de novos estudos permitirão que conclusões sejam tomadas. De qualquer forma, o retinólogo dispõe de uma nova arma em seu arsenal para o tratamento da DMRI exsudativa e tem a chance de mudar de uma medicação para outra se a primeira não funcionar ou se perder o efeito desejado. Quem tem a ganhar, e muito, é o paciente. Em muitos casos, consegue-se manter visão útil por muitos anos”.
Fonte:  Jota Zero – Informativo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Nº 146,  Novembro/Dezembro 2012.

FDA alerta sobre relatos de infecção ocular pelo uso de injeções de Avastin

A FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA) advertiu sobre relatos de infecções oculares relacionadas ao uso de determinados lotes de Avastin.
FDA warns of eye infection reports with compounded Avastin
By: Joe Barber
The FDA on Wednesday warned about reports of eye infections linked to a recall of unapproved syringes of Roche’s Avastin (bevacizumab) made by a Georgia compounding pharmacy for the treatment of macular degeneration. “The product has or potentially could result in an infection within the eye,” federal regulators said.
Earlier this week, compounding pharmacy Clinical Specialties recalled approximately 40 lots of Avastin syringes after receiving five reports of bacterial endophthalmitis due to infection by streptococcus bacteria. The repackaged product was distributed to doctors’ offices in Georgia, Louisiana, South Carolina and Indiana from December 18 until the present.
Roche’s Genentech unit has long warned against the unapproved use of Avastin for macular degeneration and markets the FDA-approved Lucentis (ranibizumab) specifically for the condition. However, the American Academy of Ophthalmologists and other groups assert that there is no difference in patient outcomes between those given Avastin and those given Lucentis. Repackaged injections of Avastin cost approximately $50, compared with more than $1000 for Lucentis.
In 2011, the FDA warned about a cluster of serious eye infections in Florida linked to Avastin syringes compounded by a pharmacy in that state. In some cases, the infections caused permanent blindness in patients.
(Ref: The Washington Post, The Wall Street Journal, NBC News, FDA)