Importante! ANS – Consulta Pública Nº 53 – Participe!!

São Paulo, 25 de junho de 2013.
 

ANS – CONSULTA PÚBLICA – Nº 53

Encontra-se aberto o acesso à Consulta Pública feita pela Agência Nacional de Saúde – ANS – para atualização da Resolução Normativa que define o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.
 
Dispõe sobre a referência básica para cobertura mínima obrigatória da atenção à saúde nos planos privados de assistência a saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999, e naqueles adaptados conforme a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
 
O que são Consultas Públicas
Consultas Públicas são discussões de temas relevantes, abertas à sociedade e realizadas através da pagina da Agência Nacional de Saúde. Na Consulta Pública, que funciona com tempo determinado, a ANS busca ouvir a população e obter subsídios para o processo de tomada de decisão. Espera-se assim, tornar as ações governamentais mais democráticas e transparentes. A Consulta Pública deve contar com a participação, tanto de cidadãos quanto de setores especializados da sociedade, como sociedades científicas, entidades profissionais, organizações não governamentais, professores e pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa e representações do setor regulado (planos de saúde).
 
Por que a Retina Brasil solicita a sua participação nesta Consulta Pública?
A sua opinião e considerações a respeito deste tema são fundamentais para, junto do Ministério da Saúde, garantir o direito à Saúde e, em especial, garantir o acesso dos pacientes ao diagnóstico e também ao tratamento disponível aos pacientes com retinopatia diabética através dos seus planos de saúde.
 
No Rol de Procedimentos que está em vigor, o tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização) para a degeneração macular relacionada à idade – DMRI já está garantido ao paciente com plano de saúde e desejamos que este mesmo procedimento seja considerado para a Retinopatia Diabética no Rol para 2014.
 
Como representante da sociedade e como cidadão você pode se manifestar e auxiliar as pessoas acometidas por essas doenças da retina a ter garantido o direito de realizar diagnóstico e tratamento pelos Planos de Saúde.
 
Como manifestar-se?
Está aberta até o dia 07/07/13 a consulta pública da ANS para o novo Rol de Procedimentos que vigorará a partir de Janeiro/2014. Para dar a sua contribuição nesta causa, manifestando o seu papel de cidadão acesse o link: http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-publicas
 
Desta forma poderemos garantir que, além do diagnóstico, os pacientes acometidos terão a oportunidade de seguir seu tratamento junto ao seu Plano de Saúde e nós da Retina Brasil, teremos como oferecer orientações mais fidedignas e com confiança se houver o tratamento assegurado.

Retina Brasil participa da Consulta Pública Nº 53 – Participe você também!

São Paulo, 25 de junho de 2013.

À

ANS – Agência Nacional de Saúde

Somos a Associação de Pacientes – RETINA BRASIL, organização social que atua em âmbito nacional, falando em nome de mais de 4 mil membros. Temos por objetivo oferecer apoio, informação e orientação a respeito das Doenças Degenerativas da Retina, dentre elas a degeneração macular relacionada à idade – DMRI.

Além dos pacientes com doenças degenerativas da retina, recebemos inúmeros contatos de pacientes e familiares solicitando-nos ajuda para acesso a diagnóstico e tratamento para as mais variadas doenças relacionadas à retina, dentre elas a Retinopatia Diabética.

Com relação à Consulta Pública da ANS de n. 53, que trata do novo ROL de procedimentos na área da saúde que vigorará a partir de Janeiro/2014, gostaríamos de solicitar que, além da inclusão de exames para diagnóstico da Retinopatia Diabética, fosse também considerada a inclusão do tratamento da mesma na cobertura dos planos de saúde.

Sabemos que o rol atual já proporciona o tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização) para DMRI e desejamos que este mesmo procedimento seja considerado para a Retinopatia Diabética no Rol para 2014.

 Desta forma poderemos garantir que, além do diagnóstico, os pacientes acometidos por esta patologia que pode levar à cegueira, terão a oportunidade de seguir seu tratamento por meio de seu Plano de Saúde. Nossa Associação terá com esta medida, cumprido seu papel de lutar pelo direito desses pacientes ao diagnóstico, exames e tratamento para suas doenças.

Atenciosamente,

Maria Júlia Araújo

Presidente – Retina Brasil

Recursos de Apoio a Pacientes com Visão Sub-Normal

Nos estágios iniciais da perda de visão a maioria dos pacientes com Doenças Degenerativas da Retina (DDRs) podem gerenciar muito bem suas tarefas visuais. No entanto, a medida em que a perda da visão avança, algumas adaptações são necessárias. Há uma ampla gama de recursos, serviços e tecnologias que colaboram na rotina de pessoas com baixa visão. Esta realidade é muito mais concreta em países desenvolvidos, enquanto que nos países em desenvolvimento ainda há um longo caminho a se percorrer.

A internet tornou-se uma ferramenta muito importante na sensibilização da população sobre o assunto, promovendo debates e discussões que vão desde questões de legislação e direitos das pessoas com deficiência até o compartilhamento de experiências para tornar a vida dessas pessoas mais fácil.

Dispositivos auxiliares

Um dispositivo auxiliar pode ser tão simples como uma caneta de ponta de feltro preto ou tão complicada como um programa de computador de reconhecimento de voz capaz de escrever uma carta. Alguns são ópticos, como o uso de lentes e prismas conhecidos há centenas de anos, enquanto outros se apóiam na mais recente tecnologia.

É importante ressaltar que nenhum dispositivo auxiliar pode substituir nossa complexa visão. Portanto não há um dispositivo universalmente compatível. É necessário testar alguns, de diversos fabricantes e desenvolvedores e avaliar como é a adaptação com cada um deles.

 Para um dispositivo auxiliar ser bem sucedido, três passos importantes precisam ser seguidos:

  • Avaliação precisa
  • Boa escolha de dispositivo
  • Formação na utilização do dispositivo

 
Dispositivos Ópticos

Estes são fornecidos por um especialista após cuidadosa avaliação de sua visão remanescente. As três técnicas que ele pode usar devem incorporar ampliação de tamanho, de distância ou angular.

Dispositivos de ampliação pode ser acoplados ao nosso corpo como os óculos ou manuseados como as lupas. Existem no mercado uma variedade enorme de dispositivos de ampliação que devem atender à diferentes necessidades.

 
Tecnologia Assistiva

O rápido avanço da aplicação e miniaturização de novas tecnologias tem ajudado na produção de programas de computador e dispositivos para pacientes de baixa visão. As opções são  Vastas e uma visita a um fornecedor de serviços especializados é fundamental. Para ajudar a entender o que você deve buscar aqui estão algumas descrições gerais.

Ampliação de tela e software de voz

Estes programas irão converter texto normal em um formato acessível – seja para uma versão ampliada ou uma versão de voz. Eventualmente, algumas pessoas com perda de visão devem considerar um pacote que combine as duas funcionalidades.

As versões mais recentes do Windows têm ambos os elementos internos, procure o ícone de acessibilidade em seu painel de controle. Ícones do desktop podem ser ampliados,  textos e e-mails ampliados ou convertidos em voz. Contraste e tamanho também são ajustáveis.

Reconhecimento de caracteres

Scanners trazem o texto para o computador para que os programas acima possam transformá-los em versões audíveis para pessoas com baixa visão. Há scanners que são portáteis e funcionam como um mouse. Quando combinado com um computador  com a leitura de tela ou software de ampliação, por vezes, pode ser tudo o que uma pessoa com baixa visão precisa em seu local de trabalho. Um scanner fixo em uma estação de trabalho pode estar disponível através de uma rede de computadores a outros trabalhadores e pode ser uma solução mais rentável para os empregadores.

Um scanner de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) converte texto em fala. Estas são máquinas caras, mas versáteis para aqueles sem conhecimentos de informática. O texto pode ser salvo e excluído.

Outros Dispositivos & Serviços

Conversores de voz para texto

Estes conversores precisam de configurações para reconhecer a voz, mas são de enorme benefício para pessoas com poucas habilidades nos teclados. Programas de fala para telefones são extremamente úteis para o uso de mensagens de texto ou o catálogo de endereços.

 Audio livros

Há Organizações Não Governamentais que fornece estes serviços em muitos países. No Brasil, a Fundação Dorina Nowill fornece este tipo de material. Faça-os uma consulta.

 Acesso à telefonia

Alguns provedores de serviços de telefonia têm um livre serviço de informações telefônicas para os usuários com deficiência visual. Verifique com o seu provedor local.

 
ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA

Treinamento para Atividades da Vida Diária

Algumas organizações fornecem treinamentos para que os pacientes e cuidadores entendam e saibam como lidar com a perda de visão. São dicas úteis, treinamento e técnicas de adaptação para a casa ou local de trabalho.

Orientação e Mobilidade
Mobilidade

Ir do ponto A ao ponto B muitas vezes é a complicação mais frustrante para as pessoas com baixa visão. O uso da bengala pode ser um recurso muito útil para a independência das pessoas com baixa-visão. Várias instituições de deficientes visuais oferecem treinamento para que esse recurso seja usado com segurança.

Bengala

Há uma infinidade de modelos para diversas funcionalidades. Geralmente a bengala curta é o primeiro recurso à mobilidade utilizado por pessoas com a diminuição da visão. Para as pessoas com baixa-visão sua principal função é alertar outras pessoas para a sua perda de visão, isso muitas vezes,  vai salvar-lhe do constrangimento e ridicularizarão do público desavisado da sua limitação visual.

O uso eficiente e seguro de uma bengala longa requer treinamento especializado de um instrutor de mobilidade, mas para as pessoas com grave perda de visão periférica, isto pode ser uma ferramenta libertadora.

Sistemas de Posicionamento Global (GPS)

Há uma série de testes sendo realizados com o objetivo de integrar Sistemas de Posicionamento Global como um auxiliar de navegação.

Instruções para o dia a dia

Como parte do treinamento de mobilidade, algumas organizações fornecem treinamentos que oferecem dicas úteis sobre a formação, orientação e técnicas de adaptação para a casa ou local de trabalho.

Cão Guia

ONGs oferecem este serviço em alguns países, mas o estilo de vida e a aceitação cultural pode ser um fator determinante. A maioria dos provedores insistem em treinamento com bengala muito antes de um cão-guia. Geralmente é necessário treinamento na ONG e no seu ambiente doméstico.

 

Educação e Carreiras

Escola

A maioria das crianças com a degeneração da retina completam sua educação em escolas regulares. Para que isso seja bem sucedido o apoio de pais e professores é um pré-requisito. Crianças com deficiência grave podem se beneficiar da ajuda e atenção individual oferecidos por atendimento educacional especializado. A decisão deve ser feita pelos pais em consulta com especialistas. Cada criança deve ser considerada como um indivíduo e não há regras rígidas e rápidas para a tomada de qualquer decisão.

Dicas para Professores:

  • Garantir iluminação adequada em sala de aula em todos os momentos. Eventualmente,  uma lâmpada de mesa para a criança pode ser necessária. Acender a luz imediatamente após a apresentação de filme ou vídeo.
  • Permitir que a criança escolha sentar mais próxima ou ao lado do quadro-negro.
  • Permitir  tempo extra para completar tarefas e atribuições. Um problema visual, muitas vezes, atrasa as tarefas da criança consideravelmente.
  • A lenta adaptação às condições de luz causada pela Retinose Pigmentar pode fazer com que a criança leve por volta de 10 a 15 minutos para se ambientar e passar a ter alguma visão.
  • Assegurar uma explicação verbal de todas as atividades escritas no quadro ou projetadas. Uma cópia impressa do trabalho vai permitir à criança acessá-lo com um dispositivo auxiliar.
  • Permitir que a criança escreva utilize recursos especiais de caligrafia, como canetas, cadernos e livros diferenciados. Crianças com degeneração macular não pode ver as pautas do caderno adequadamente. Sempre que possível permita que a criança use seu computador.
  • Assegurar que os dispositivos necessários de assistência são fornecidos para que o aluno possa lidar com tarefas visuais.
  • Estar ciente dos problemas de segurança na sala de aula que podem ser causados por obstáculos como mochilas e lancheiras deixadas nos corredores.
  • Assegurar que os livros de texto estejam  disponíveis para gravação por prestadores de serviços especializados.
  • Incentive a criança a participar de atividades extra-classe onde sua perda visual não inibem o seu sucesso, tais como natação, corrida, teatro, xadrez ou debate.
  • Incentivar o debate aberto e honesto com o aluno e com os companheiros de classe. Simuladores de baixa visão são uma boa maneira de desmistificar a perda da visão e estimular a compreensão e empatia imediata dos funcionários e estudantes.
  • Incentivar o aluno a articular as suas necessidades, mas incentivá-los a alcançar o seu potencial sem o uso de sua perda de visão como uma desculpa para não tentar.
  • Garantir orientação profissional especializada.

 

Orientação Profissional

As tecnologia de acesso abriram o mundo para pessoas com baixa visão e estereotipar a criança deve ser evitado a todo custo. Incentive a criança a desenvolver um interesse e uma paixão por algo e explorar as possibilidades de carreira que esta paixão proporciona. Vivemos em uma sociedade baseada na informação e garantir que a criança tenha bons conhecimentos de informática vai abrir este mundo para eles.

Pessoas com perda visual moderada ou até mesmo severa têm carreiras de sucesso em quase todos os campos, incluindo:

Finanças, Política, Administração, Ensino, Fonoaudiologia, Fisioterapia, programação de computadores, Psicologia, Terapia Estética, Vendas, Palestras, Direito, Relações Públicas e Jardinagem, mas a lista é interminável.

Encontrar um modelo de sucesso e mentor para a criança, muitas vezes, pode ser toda a motivação de que eles precisam.

 

Família e Relacionamentos

As doenças degenerativas da retina são mais comumente herdadas de forma recessiva. Isto significa que não há histórico de perda de visão na família e, consequentemente, nenhuma ideia do que o futuro reserva para a pessoa ou pais de uma criança afetada. Os passos normais de luto pela perda da visão é comum.

Estes são os seguintes:

Negação: Buscar outra opinião médica é comum, na esperança de que houve um diagnóstico errado.

De barganha: Curandeiros e charlatões são frequentemente procurado por uma cura milagrosa.

Raiva: Contra tudo e contra todos é comum. No caso dos pais de uma criança afetada essa raiva muitas vezes se transforma em buscar um culpado por carregar um gene da doença

Depressão: Esta é muitas vezes um efeito colateral grave e recorrente de perda de visão.

Aceitação: Apenas quando ela for alcançada você pode assumir o controle de sua vida novamente.

A criança com necessidades especiais muitas vezes pode colocar grande pressão sobre os outros membros da família com resultados devastadores. Sentimentos não expressos de culpa e medo às vezes podem levar a uma degradação geral da comunicação familiar. Quando um cônjuge é diagnosticado o parceiro saudável muitas vezes se sente incapacitado para lidar com a carga extra e se afasta de enfrentar esse medo. O aconselhamento familiar feito antes que isso aconteça irá evitar essas reações extremas. Após o diagnóstico de uma DDR uma sessão de aconselhamento pode ajudar a estabelecer a comunicação aberta e honesta na família.

Uma criança com degeneração da retina precisa de ser acompanhada muito sabiamente. É importante não super-proteger a criança ou deixá-los usar sua perda de visão como uma desculpa para não cumprir o seu potencial. Não negligenciar os outros irmãos também é fundamental.

O maior presente que você pode dar ao seu filho especial é uma boa auto-imagem e uma crença de que com dedicação e perseverança, ele pode alcançar as estrelas.

Fonte: Site da Retina Internacional: http://www.retina-international.org/resources/

Resultados do 17º Congresso da Retina Internacional 2012 – Hamburgo, Alemanha

A IMPORTÂNCIA DE ESTARMOS PRESENTES NO CONGRESSO DA RETINA INTERNACIONAL 

Este foi o 17º Congresso da Retina Internacional. Teve lugar em Hamburgo, Alemanha nos dias 11 a 16 de julho de 2012. A ele comparecemos como representante da  Retina Brasil, entidade que congrega os grupos regionais do RJ, de SP, de MG e do Ceará. Tivemos atividades administrativas durante dois dias, um dia de Curso de Educação Continuada, de caráter informativo, centrado nos Testes clínicos em andamento para tratar das diversas doenças degenerativas da retina. Nos dias 14 e 15 de julho aconteceu o Congresso da Retina Internacional, aberto ao publico.  Neste ano contamos com a presença de seis brasileiros, três deles oftalmologistas do Comitê Científico da Retina Brasil. Dra Fernanda Porto do Retina MG, Dra. Juliana Sallum do Retina SP e Dra. Rosane Resende do Retina RJ   Nossa participação no Congresso só foi possível graças ao apoio de  nossos parceiros, laboratórios Bayer e  Novartis e das  doações de vários membros do Retina, que cobriram os gastos com a viagem.

Conteúdo das palestras:

Grande parte do Congresso foi voltado para as várias alternativas de pesquisa em andamento para tratar as distrofias hereditárias da retina como a Retinose Pigmentar, a doença de Stargardt, as síndromes de Usher e de Bardet Biedl, a Degeneração Macular Relacionada à Idade, DMRI, entre outras

Foi importante ouvir dos pacientes da Europa e dos Estados Unidos, que se submeteram aos testes clínicos as suas experiências.  O teste clinico foi tratado tanto do ponto de vista do pesquisador envolvido com a busca do tratamento como do ponto de vista do paciente que se submete a um experimento que contém riscos e não promete melhora.  As questões éticas que dizem respeito aos testes clínicos foram tratadas em várias palestras de pacientes.

O representante da Fundação de Combate à Cegueira dos Estados Unidos fez uma avaliação dos testes clínicos em andamento em varias partes do mundo. Falou-se da tecnologia hoje disponível para o diagnostico genético, o Sequenciador de Ultima Geração, considerado o equipamento mais avançado para fazer diagnóstico genético, e que já está sendo usado para diagnóstico molecular em São Paulo, fazendo o sequenciamento genético de pacientes com degeneração retiniana. Vimos vários exemplos de organização de pacientes se mobilizando para motivar pesquisadores para novos testes clínicos, como por ex.

  • Iniciativa Usher III  – que é um cadastro de pacientes com Usher do tipo III que está se reunindo para  formar uma base de estudo para teste clinico
  • a iniciativa da associação  de pacientes da Alemanha, a Pro Retina Alemanha, que tem um grupo de voluntários no Departamento de Oftalmologia da Universidade de Bonn, que trabalha um dia por semana no atendimento, orientação e apoio aos pacientes atendidos na Clinica de Oftalmologia da Universidade.
  • O cadastramento dos pacientes por grupos de doenças, com orientação de coleta de documentação, formação de arquivo, elementos que são fundamentais para um teste clinico – a historia clinica do paciente.
  • Foram relatadas também várias ações de entidades europeias em defesa dos direitos dos pacientes em agencias reguladoras como a EMA – Agencia de Medicamentos da Europa e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

 

Estas ações  de pacientes mostram que já há uma mobilização em direção aos testes clínicos, independente da motivação dos pesquisadores. Os pacientes se preparam formando grupos,  refletindo sobre os procedimentos éticos de um ensaio clinico, desenvolvem atividades diferenciadas como livros  informativos, aconselhamento e apoio dentro de hospitais como em Bonn na Alemanha e desenvolvem atividades de captação de recursos e de busca de viabilização dos testes clínicos almejados. Estes grupos aproximam-se dos governos, influem nas políticas publicas e se tornam cidadãos ativos  na busca de seus interesses como pacientes.

É promissor volume de testes clínicos em andamento para doenças como a
Amaurose Congenita de Leber –  com testes nos Estados Unidos, Grã Bretanha e França,
Doença de Stargardt – terapia genética e terapia de células tronco,
Usher 1b,
Coroideremia (Grã Bretanha),
Gene MERKT da Retinose Pigmentar.
 

Houve também informes sobre terapia celular, prótese retiniana (ao todo são 20 grupos no mundo fazendo pesquisa do olho eletrônico, dois deles em estado mais avançados), terapia com uso de nutrientes, acupuntura com eletroestimulação, terapia hiperbárica, com uso de oxigênio e o uso de algas para o estimulo de células da retina que estão sendo testadas em Israel. A correção optogenética, em que se coletam células da retina de um paciente, corrige-se estas células em laboratório e se implanta estas células de volta na retina é outra novidade dos ensaios clínicos que será aqui relatada.

 
Falou-se também na complementaridade dos testes clínicos: pacientes que estão sendo testados com uso de medicamentos poderão participar de outros testes no futuro. Pacientes que se submetem a implantes, como terapia da célula encapsulada ou olho eletrônico talvez fiquem impedidos de testarem a terapia genética ou a terapia de célula tronco enquanto estas forem apenas ensaios.  Esta é uma pergunta que sempre fizemos aos cientistas e que começa a ganhar respostas.

Sobre os medicamentos, ainda estamos falando de futuro, de testes. Somente a Degeneração Macular Relacionada à Idade, a DMRI do tipo exudativa, tem tratamento hoje em dia com medicamentos. Mas sabemos cada vez mais que certos nutrientes e certas medidas preventivas que o paciente pode ir tomando em sua vida, sob a forma de alimentação, exercícios físicos, proteção dos olhos contra a radiação solar e outras atividades ligadas ao bem estar, podem ajudar evitar a progressão rápida das doenças da retina.

Por todas estas informações que trazemos a você, vemos que vale a pena fazer parte desta rede de associações que constitui a Retina Internacional e que a cada dois anos reúne o que há de melhor entre os pesquisadores e os ativistas em prol do paciente com doenças degenerativas da retina. Como disse um palestrante que fechou o Congresso, “ vivemos uma era de grandes promessas”.

O Proximo Congresso da Retina Internacional acontecerá em Paris, França, nos dias 28 e 29 de junho de 2014. Aguarde mais informações no site da Retina Brasil ou da Retina Internacional (  www.retina-international.org).

Maria Julia Silva Araujo

  Presidente da Retina Brasil

Maria Antonieta Leopoldi

Vice-Presidente da Retina Brasil