DIA MUNDIAL DA RETINA

Em comemoração ao Dia Internacional da Retina, a RETINA BRASIL se une a organizações de todo o mundo, com objetivo de ajudar a conscientizar sobre as Doenças Degenerativas da Retina, seus fatores de risco e prevenção, tais como:

– Degeneração Macular Relacionada à Idade ( DMRI)
– Retinose Pigmentar, Doença de Stargardt, Síndrome de Usher, entre outras.
DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA À IDADE (DMRI ) é uma doença crônica e progressiva. Ela é a principal causa da perda de visão em pessoas acima dos 60 anos. Foi  considerada pela Organização Mundial da Saúde a maior causa da perda da visão na população ativa e é vista como uma ameaça significativa para a saúde das pessoas.
As pessoas com DMRI desenvolvem uma diminuição da visão central, que é geralmente usada quando se olha para frente e em tarefas diárias comuns, como leitura e dirigir. Em alguns casos, a doença progride vagarosamente e as pessoas notam pouca mudança na visão; em outros casos, ela progride rapidamente e pode levar à perda da visão dos dois olhos.
Atualmente, aproximadamente 30 milhões de pessoas no mundo têm DMRI. Este dado representa o dobro das pessoas acometidas de Alzheimer.  No Brasil, estima-se que 3 milhões de pessoas tenham alguma forma dessa doença.
 
FATORES DE RISCO
São considerados fatores relevantes: idade, predisposição genética, fatores ambientais e de alimentação. O maior fator de risco é a idade: ele começa aproximadamente por volta dos 50 anos. Estudos mostram que depois dos 75 anos, a DMRI afeta mais ou menos 40% dos idosos. O tabaco também é um risco significante para a doença.
SINTOMAS
Há duas formas de DMRI: a seca e a exsudativa.
Um dos sintomas mais comuns da DMRI seca é a visão embaçada. Os primeiros sinais são pequenos depósitos amarelados embaixo da retina, não visíveis a olho nu, que podem ser fragmentos de tecidos deteriorados. Geralmente a DMRI seca precede a exsudativa, mas isso não acontece com todos os pacientes.  Ainda não se sabe se, ou quando, ela progredirá para a exsudativa. Um sintoma comum inicial da DMRI exsudativa é a visão turva de linhas retas. Pontos cegos pequenos também podem ser desenvolvidos quando o paciente está no processo da perda da visão central. Já que a DMRI exsudativa pode causar perda de visão grave e repentina – muitas vezes, em semanas ou meses depois dos sintomas iniciais. O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para preservação da visão.
IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA
A DMRI reduz a qualidade de vida dos pacientes, causando dificuldades em suas atividades diárias e algumas vezes sendo a causa de isolamento social. Pacientes com DMRI têm um nível de depressão mais alto que o normal; têm duas vezes mais o risco de morte prematura; têm um risco maior de quedas e fraturas no quadril e, consequentemente, entrada prematura em atendimentos clínicos ambulatoriais.
PREVENÇÃO
Por enquanto, não há terapia com drogas aprovada para a DMRI seca. Estudos mostram que uma dose específica de antioxidantes e zinco reduz significantemente o risco de DMRI avançada e perda de visão associada em alguns pacientes. Um estudo mais novo chamado AREDS2 está avaliando o papel adicional dos nutrientes lutein/zeaxantin, ômega-3 e ácidos graxos (óleo de peixe), para prevenir a progressão da DMRI. Cientistas da NEI (National Eye Institute) recomendam uma dieta saudável com vegetais de folhas verdes e peixe.
TERAPIAS
Para a DMRI exsudativa, se diagnosticada a tempo, há tratamentos disponíveis que podem evitar a perda visual.  O tratamento mais popular e eficaz é: terapia anti-VEGF.   Este tratamento é baseado no uso de drogas que bloqueiam o VEGF – a molécula que promove o crescimento de vasos sanguíneos anormais e problemáticos na DMRI exsudativa.
Outros tratamentos, como cirurgia a laser e terapia fotodinâmica são usados algumas vezes.
AS DEMAIS DOENÇAS DA RETINA
As doenças hereditárias da retina,  como a Retinose Pigmentar, a Doença de Stargardt e a Síndrome de Usher, afetam adultos e crianças em todo mundo, causando, ao longo do tempo, perda irreversível da visão.  Elas ainda não têm cura.
Os sintomas dessas doenças variam muito, dependendo das células fotorreceptoras da retina que são acometidas.
Algumas doenças, como a  Retinose Pigmentar, causam dificuldades em ambientes escuros e à noite (cegueira noturna), intolerância à luz forte (fotofobia) e diminuição no campo de visão, principalmente lateral.
Já na Doença de Stargardt ocorre uma perda progressiva da visão central, causando uma dificuldade de leitura e percepção de detalhes.
Essas doenças podem aparecer de forma combinada com outras anomalias, em outros órgãos. Nesses casos, são chamadas de síndromes, como a de Usher, que além da perda visão, envolve também a perda auditiva.
 
O que é a RETINA BRASIL?
É uma associação de pacientes com doenças degenerativas da retina,  de caráter hereditário,  como a Retinose Pigmentar, a Síndrome de Usher, a Doença de Stagardt, a Degeneração Macular Relacionada à Idade,  a  Amaurose Congênita de Leber, a Bardel Biedt entre outras.
Nosso principal objetivo é dar apoio e informação aos pacientes e familiares com essas doenças.
IMPORTANTE: Se você tem ou conhece alguma pessoa que é afetada por uma dessas doenças da retina, entre em contato com a RETINA BRASIL :
e-mail –  contato@retinabrasil.org.br
Fone (11) 5549-2239
Mais informações, acesse: www.retinabrasil.org.br

 
 
 
 
Apoio:

 
 

No Dia Internacional da Retina 2015 a RETINA BRASIL juntamente com a RETINA INTERNACIONAL, convidam seus membros para darem apoio à sua luta pela maior participação e voz dos pacientes nos exames clínicos e nos testes visando novas terapias.

Milhões de adultos e crianças de todos os continentes farão do Dia Mundial da Retina, um momento para divulgar seu apoio à organização  Retina Internacional na sua campanha pela adoção de relatórios de resultados, feitos por pacientes, como parte do desenvolvimento dos testes clínicos para doenças da retina.

Está chegando o momento em que os avanços na compreensão e no tratamento das doenças degenerativas da retina vão contribuir para reduzir significativamente o peso que a perda de visão nos traz, emocional, social e economicamente. Os pacientes agora têm a oportunidade de serem atores importantes no desenvolvimento das terapias que irão beneficiá-los e aos seus descendentes.

As doenças hereditárias da retina, como Retinose Pigmentar, Síndrome de Usher e Doença de Stargardt, afetam crianças e adultos em todo o mundo, causando, ao longo do tempo, degeneração irreversível da retina. Elas ainda não têm cura. Apenas uma destas doenças, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), já conta com tratamentos para alguns tipos da doença. A DMRI foi considerada pela Organização Mundial da Saúde como  a maior causa da perda de visão na população ativa e é vista como uma ameaça significativa para a saúde de todas as pessoas.

No entanto existem razões para sermos otimistas. A oftalmologia vem sendo considerada uma das áreas que mais inovou em investigações científicas no campo da saúde. Regularmente, pesquisadores e médicos relatam avanços e sucessos nas pesquisas. Além das terapias já existentes para DMRI, há um grande número de testes clínicos visando terapias para as várias doenças hereditárias da retina.

Para se  aprovar o uso de um medicamento para qualquer doença,  é necessário que antes essa terapia passe por vários testes em importantes centros de pesquisas clínicas de vários países (testes clínicos multicentros), objetivando demonstrar a eficácia e  a segurança do tratamento  e do medicamento.  Esse procedimento não é diferente quando se trata das pesquisas para o tratamento dos olhos. A aprovação de um medicamento está baseada na realização bem sucedida dos objetivos nos ensaios clínicos.  A seleção dos parâmetros mais apropriados é fundamental para o desenvolvimento de novos agentes terapêuticos.

Embora existam padrões para os testes clínicos em oftalmologia, que definem critérios para que se tenha segurança e eficácia de resultados, a evolução da medicina requer que estes padrões sejam continuamente revistos e atualizados. Aqui entra o importante papel do paciente. A participação dos pacientes afetados por doenças da retina no desenvolvimento de parâmetros consensuais para que se tenha resultados satisfatórios é apoiada pelos pesquisadores, médicos e orgãos reguladores.

A Retina Internacional, dando voz a milhares de pessoas afetadas por doenças degenerativas em todo o mundo, vem buscando aumentar seu papel na definição de várias questões importantes para os pacientes de todas as áreas do mundo:  1) como mensurar o impacto dos sintomas do paciente e a funcionalidade da visão ? 2) como definir deficiência? 3) como descrever eventos adversos na pesquisa? 4) qual é o grau de tolerância do paciente ao tratamento? 5) o que significa melhor a qualidade de vida?

Não se pode desprezar a avaliação que o paciente tem dos resultados dos testes clínicos quando se faz experimentos com medicamentos e dispositivos. A Retina Internacional se vê como responsável em apoiar e promover a participação do paciente nos processos de avaliação.

No Dia Mundial da Retina, a Retina Internacional, uma organização guarda-chuva com mais de 50 associações de pacientes ligados a problemas da visão, distribuídos por 33 países em todos os continentes, está convocando seus membros para que apoiem esta causa e participem da implantação deste importante processo.

Christina Fasser, Presidente da associação, afirma que “A Retina Internacional  estimula os seus membros a buscarem informar os seus  médicos clínicos e os pesquisadores, sobre a relevância de sua participação e informação, seja como pacientes em consultórios ou como participantes dos estudos clínicos. São os pacientes, e somente eles, que podem descrever adequadamente o impacto de um tratamento no campo visual e na funcionalidade da visão.” E acrescenta: “Os pacientes estão cada vez mais  informados sobre o desenvolvimento dos tratamentos para seus problemas de saúde. Eles querem que sua voz seja ouvida para que as futuras gerações se beneficiem dos tratamentos que tragam resultados significativos, e que levem a um aumento de sua independência, melhoria na qualidade de vida e a possibilidade de participar ativamente da sociedade.”

Para mais informações contate Retina Brasil  www.retinabrasil.org.br
Retina Internacional :  www.retina-international.org
Texto: Christina Fasser – Presidente da Retina Internacional
Tradução: Salete Martins Herance – Colaboradora da Retina Brasil
Revisão:  Maria Antonieta Leopoldi – Vice-presidente da Retina Brasil

 Apoio:

27 de setembro de 2015 – DIA MUNDIAL DA RETINA


 
 
 
 
 

Reserve esta data

27 de setembro de 2015

DIA  MUNDIAL DA RETINA

Conscientização sobre as Doenças da Retina e a Baixa Visão (Bengala Verde)

Local:  Vão Livre do Masp

Horário: das 09:OO às  13:00h

Anualmente, a AMD-Alliance e a Retina Internacional promovem a Semana Internacional da Conscientização da DMRI (21 A 27 DE SETEMBRO DE 2015) e Dia Internacional das Doenças da Retina (26 DE SETEMBRO DE 2015) que tem como objetivo conscientizar sobre a DMRI e demais doenças da retina, seus fatores de riscos e prevenção.

Nessas datas,  associações de pacientes com doenças degenerativas da retina, de todo o mundo, estarão mobilizadas para conscientizar sobre as doenças da retina, sobre a  necessidade de mais investimentos para as pesquisas para tratamento e cura dessas doenças, para que em um futuro não muito distante tenhamos tratamento e cura e para todas as doenças da retina.

A Retina Brasil também está se organizando para fazer a sua parte,  nesse movimento de conscientização.

Em comemoração ao Dia Mundial da Retina, a Retina Brasil e o Grupo Retina São Paulo  estão organizando uma atividade no Vão Livre do MASP, onde chamaremos a atenção da população com cartazes, distribuição de balões de gás hélio com o slogan “Queremos que vocês nos vejam” e folhetos informativos sobre as doenças da retina e a baixa visão (Bengala Verde).

Muitos pacientes, familiares, profissionais de saúde e população em geral desconhecem as doenças da retina e suas consequências.

Sua participação nesse dia é de suma importância.

Participe!   Compareça!
Maria Julia da Silva Araújo
Retina Brasil / Grupo Retina São Paulo

EVENTO DO RETINA RIO UERJ/ 2015

 
Caros A M I G O S,
Assunto: EVENTO DO RETINA RIO UERJ/ 2015
Vimos, pela presente, CONVIDÁ-LOS para nosso próximo evento.
Data/horário: 26 de Setembro de 2015 – das 09 às 13h
Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ – 11º. Andar(auditório)
Rua São Francisco Xavier, nº. 524, Maracanã – Rio de Janeiro/RJ
 
PROGRAMA
09:00h ABERTURA
Maria Antonieta P. Leopoldi, vice-Coordenadora do Retina Rio
Profª.Drª.Edicléa Mascarenhas Fernandes, coordenadora do NEEI/UERJ,
Presidente do CEPDE e Assessora Lions Clube
09:25h Degeneração Macular Relacionada à Idade: aspectos clínicos e tratamentos
Dr. Flávio MC Cord Medina, Chefe do Setor de Retina da UERJ
09:50h Estimulação elétrica para Tratamento de Doenças da Retina: resultados de estudos recentes e perspectivas futuras
Dr. André Messias, Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto/SP
10:15 às 10:30h Pergunte ao doutor (sessão de perguntas aos palestrantes)
10:30 às 11:00h INTERVALO – café
11:00h Novos Horizontes das Terapias para doenças hereditárias da Retina
Drª. Rosane G. Resende, Presidente da Comissão Científica do Retina Rio
11:25h As Paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro e o papel do oftalmologista na seleção e acompanhamento dos atletas
Dr. Helder Alves da Costa Filho, Comitê Paraolímpico Brasileiro
11:50 às 12:15h Pergunte ao doutor(sessão de perguntas aos palestrantes)
12:15h Vivendo com Retinose Pigmentar
Dr. Cláudio de Castro Panoeiro, Advogado Geral da União, RJ
12:45h ENCERRAMENTO – Campanha Bengala Verde para Baixa Visão
Gilzete Maria Magalhães, Coordenadora do Retina Rio
Haverá exposição e material didático acessível para alunos cegos e com visão subnormal. Acervo NÚCLEO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA/ PROJETO FAPERJ
O EVENTO É GRATUITO E NÃO NECESSITA DE INSCRIÇÃO
Mais informações: leopoldi@uninet.com.br e gruporetinario@gmail.com
(TEL: (21) 2553-3152/ 2594-8512)
Não perca a oportunidade de conhecer os novos tratamentos para as doenças degenerativas da retina que veem por aí e fazer perguntas aos Palestrantes.
Um abraço cordial à todos!
Gilzete Maria Magalhães
Presidente
gilzete.maria@terra.com.br
TEL: 2719-8861 e 9918-1743
Maria Antonieta Leopoldi
Vice-Presidente
leopoldi@uninet.com.br
TEL: (21)2553-1977 e 9325-0619

Caminhada da Bengala Verde


 
 
 
Caro Afiliado,
É com grande satisfação que convidamos você e sua família para juntarem-se a nós na grande Caminhada da Bengala Verde, que acontecerá no dia 16 de maio de 2015, às 10:00h, na Av. Paulista, em frente ao parque Trianon.
Nosso objetivo é impulsionar a campanha da Bengala Verde, que como você já sabe pretende diferenciar, para a sociedade, as pessoas totalmente cegas daquelas com Baixa Visão.
Queremos reunir o maior número possível de pessoas com Baixa Visão e seus familiares, pois só assim daremos a necessária visibilidade para a nossa causa!
Sua presença é fundamental!
 
Maria Julia da Silva Araujo
Retina Brasil
 

14ª Reatech – Maior Feira de Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade da América Latina e uma das maiores do mundo.

Caro Afiliado,
Convidamos você e sua família para participar da 14ª Reatech, a maior Feira de Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade da América Latina e uma das maiores do mundo, reunindo aproximadamente 52 mil visitantes a cada ano.
Além de todas as novidades da Feira, o Grupo Retina pretende tornar este evento imperdível para você que tem Baixa Visão. Iremos disponibilizar, em primeira mão, as Bengalas Verdes!
Como já anunciamos anteriormente, o Grupo Retina lançou e vem promovendo a Projeto Bengala Verde, que tem o objetivo de diferenciar, para a sociedade, as pessoas totalmente cegas daquelas com Baixa Visão.
Ao chegar na Reatech 2015, procure o Stand do Grupo Retina e aproveite para conhecer a Bengala Verde e os benefícios que ela pode trazer à sua mobilidade. Além das Bengalas Verdes, teremos também as já tradicionais camisetas e chaveiros.
Fique atento à programação, pois durante o evento acontecem, também, palestras organizadas pelos expositores, que podem ser de seu interesse.
DATA: 09 e 10.04.15 – das 13 às 21h
11 e 12.04.15 – das 10 às 19h
Nosso Stand na Reatech é E19.
LOCAL: Centro de Exposições Imigrantes – Rod. dos Imigrantes Km1.5
O Evento será gratuito e contará com transporte gratuito – Estação do Metrô Jabaquara, saída das Vans da Rua Nelson Fernandes, 400.
Participe de mais esta iniciativa do Grupo Retina São Paulo.
Aguardamos sua visita.
 
Maria Julia da Silva Araujo
Presidente

Reserve esta data! 07 de março (sábado) "Olhos para a Cidadania 2015"

Caro Afiliado,
Encaminhamos abaixo, programa e convite para o painel “Olhos para a Cidadania 2015” do Instituto da Visão da UNIFESP, que neste ano terá como temas: Projeto Bengala Verde e Pesquisas Sobre Tratamentos das Doenças Degenerativas da Retina na Europa.
Data: 07 de Março (sábado) –  10h30 às 12h30
Local:  Maksoud Plaza Hotel – Sala Rio de Janeiro
Alameda Campinas, 150 – Cerqueira Cesar – São Paulo/SP
Estação Trianon MASP do metrô
Inscrições Gratuitas. Não há necessidade de inscrição antecipada – Vagas limitadas                                   
Dúvidas entrem em contato na sede do Grupo Retina São Paulo fone: 5549.2239 ou e-mail retinasp@retinasp.org.br
Participem!
 
Maria Julia da Silva Araujo
Grupo Retina São Paulo – Presidente
 
Site do SIMASP: www.oftalmo.epm.br/simasp2015
 

28 DE FEVEREIRO "DIA MUNDIAL DAS DOENÇAS RARAS"

Caro Afiliado,
Convidamos você e seus familiares a participarem do evento do “Dia Mundial das Doenças Raras”, que ocorrerá no Parque do Ibirapuera no próximo dia 28/02.
Nesse dia todas as ONG’S, OCIPS  e demais instituições que tratam e colaboram com pessoas portadoras de doenças raras estarão presentes com suas tendas, orientando o público em geral sobre o que são essas doenças, como tratá-las e que tipo de pesquisas está sendo feitas neste momento.
Será uma oportunidade única,  para que familiares, pacientes e o público em geral assistam  as palestras que acontecerão ao longo do evento. Além disso, será realizada a tradicional Feira de Saúde com controle de glicemia, pressão arterial,  entre outras especialidades.
Vamos apresentar a Bengala Verde, que a partir de Dezembro/2014 passou a ser o símbolo das pessoas com baixa visão. Esta é a forma como poderemos distingui-las  das pessoas cegas que continuarão a usar a Bengala Branca.
Participem e divulguem esse evento!
Cordialmente,
Maria Julia da Silva Araújo
Grupo Retina Brasil

13 de Dezembro de 2014 instituída a Bengala Verde para a baixa visão.

BENGALA VERDE – PARA QUE VOCÊ NOS VEJA

Pessoas com baixa visão são aquelas com acuidade visual igual ou inferior a 20/200 ou com campo visual menor que 20 graus no melhor olho.

Essas pessoas não são totalmente cegas, mas tem uma capacidade muito reduzida de enxergar.

Os indivíduos que apresentam diminuição da acuidade visual tem uma série de problemas em sua vida diária, notadamente para realizar atividades como ler, reconhecer outras pessoas, cozinhar, dirigir, praticar esportes e assistir televisão.

Já a alteração do campo visual compromete muito o caminhar, deixando o indivíduo propenso a tropeçar, esbarar em pessoas ou não identificar pessoas ao seu lado.

Os problemas da baixa visão não podem ser solucionados com o uso de óculos ou cirurgias. Na grande maioria dos casos, são causados por doenças da retina ou glaucoma avançado, que não tem regressão.

Segundo o senso do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total, 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos) e 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal).

Infelizmente a baixa visão ainda é desconhecida pela grande maioria da população brasileira. Suas consequências no dia a dia dos portadores não são identificadas, o que faz com que os portadores não sejam compreendidos e, principalmente, respeitados!

Isso, pois a baixa visão nem sempre é visível ou perceptível pelas pessoas pois o aspecto dos olhos costuma ser normal.

Pessoas com baixa visão, por exemplo, podem conseguir usar melhor ou pior sua visão residual dependendo da iluminação. Alguns têm fotofobia na claridade ou cegueira noturna em condições de pouca iluminação. O campo visual e a capacidade de leitura também podem variar em função da iluminação.

Para favorecer a leitura de um maior número de pessoas o tamanho das letras e o contraste da letra com o fundo do papel são importantes. Este cuidado simples funciona como ferramenta de acessibilidade para grande número de pessoas com visão subnormal ou mesmo de inclusão para idosos e demais indivíduos com leve diminuição da capacidade de leitura.

Uma pessoa com baixa visão pode ter muita dificuldade de locomoção, mas ainda pode ser capaz de ler. Um caso verídico, que bem ilustra a situação é o do indivíduo com campo visual restrito que entra no vagão do Metrô utilizando sua bengala. Educadamente, os demais indivíduos do vagão cedem lugar para o indivíduo com a deficiência. O deficiente visual que tem visão subnormal agradece, senta-se e, na sequencia, abre um livro e começa a ler. Aquele que cedeu o lugar, por absoluto desconhecimento, sente-se enganado e agride o deficiente. O público leigo não entende que um indivíduo com visão subnormal pode ter o campo periférico extremamente reduzido a ponto de precisar de uma bengala para se locomover, as mesmo assim ser capaz de ler utilizando sua visão central. Essa é apenas uma das inúmeras situações do dia a dia que as pessoas portadoras de baixa visão enfrentam em função única e exclusivamente do desconhecimento da sociedade em relação à baixa visão.

A utilização da Bengala Verde pelas pessoas de baixa visão tornará possível sua identificação e diferenciação em relação às pessoas cegas. Daí a importância do projeto Bengala Verde, que surge como um instrumento de comunicação dos indivíduos com baixa visão com a sociedade, tendo como objetivo a conscientização da sociedade brasileira acerca da existência e consequências da baixa visão.

Somente através dessa conscientização, e consequente compreensão e respeito da sociedade, será possível melhorar as condições de acessibilidade, mobilidade e inserção social dos indivíduos com baixa visão.

Seu apoio é fundamental. Divulgue essa realidade!

GRUPO RETINA SÃO PAULO
PROJETO BENGALA VERDE
Mais informações sobre o projeto ou como adquirir a Bengala Verde ligue na sede do Grupo Retina São Paulo  (11) 5549-2239 ou retinasp@retinasp.org.br
 

Resumo do Fórum -" Unindo Forças Contra as Doenças da Retina" realizado pela Retina Brasil em 29 de Novembro de 2014.

UNINDO FORÇAS CONTRA AS DOENÇAS DA RETINA

29 de Novembro de 2014

Câmara Municipal de São Paulo

 
“Unindo Forças Contras as Doenças da Retina” evento organizado pelo Grupo Retina Brasil, com patrocínio da Bayer, contou com a presença de 170 pessoas entre  familiares e pacientes com doenças degenerativas da retina.  Teve como principais  objetivos informar e conscientizar a população em geral sobre as doenças degenerativas da retina alertando sobre a necessidade de um diagnóstico precoce para DMRI, pois a  demora de um tratamento pode causar a perda irreversível da visão;  criar uma sinergia entre a associação de pacientes e as associações de oftalmologia  visando buscar alternativas para garantir o direito dos pacientes à saúde ocular.  Direito de acesso ao diagnostico precoce, aos tratamentos existentes, à reabilitação, às tecnologias que facilitem o dia a dia do paciente com baixa visão, garantindo a ele melhor qualidade de vida.
Estiveram presentes, Dr. Suel  Abujamra – Presidente da Sociedade Brasileira de   Retina e Vítreo,  Dr. Alexandre Rosa – que ajudou a fundar o Grupo Retina Para, Dra. Rosane Resende – Representante do Comitê Cientifico do Retina Brasil,  Dra. Juliana Sallum – Representante do Comitê Cientifico de Retina Brasil,  Sra. Maria Antonieta Leopoldi – Representante do Grupo Retina Brasil e Sra. Maria Julia Araujo – Presidente do Retina Brasil e Retina – SP .
 
1ª Palestra – Degeneração Macular Relaciona à Idade (DMRI) – O que é?  Riscos,  Prevenção e Tratamento.
Palestrante Alexandre Rosa – iniciou mencionado alguns dados estatísticos sobre o crescimento populacional e o aumento da quantidade de pessoas acima de 65 anos, podendo chegar a 2 bilhões de pessoas em 2050, estimando-se o aumento significativo e preocupante do número  de pessoas diagnosticadas com DMRI.
A principal causa de cegueira na população ainda é a catarata, que no entanto é reversível através de cirurgia.  A segunda maior causa de cegueira no mundo é o glaucoma e esta é irreversível. A terceira maior causa de cegueira é a Degeneração Macular Relacionado à Idade (DMRI) e outras causas sucessivamente.
A DMRI se apresenta de duas formas: na forma seca, com o aparecimento de drusas (placas amareladas) e representando 90 % dos casos, com uma evolução mais lenta e a DMRI na forma neovascular, exudativa ou úmida, abrangendo em torno de 10%.  Esta forma úmida é mais agressiva, onde há um crescimento do tecido neovascular e consequentemente um sangramento, comprometendo a região da mácula, com o aparecimento de manchas pretas na visão central e consequentemente a perda repentina da visão.
Os fatores de riscos da DMRI são:
– a idade de acima de 60 anos
– fatores genéticos
– tabagismo
– maior incidência em pessoas do sexo feminino e com a iris  clara
– pessoas com complicações cardiovasculares.
Tratamentos para a DMRI:
– No caso da DMRI seca, ainda não existe um procedimento eficaz, apenas sendo indicado o uso de antioxidantes, podendo conter a progressão da doença em até 25% dos casos.
– Na DMRI úmida, o tratamento é feito com aplicações de injeções intraoculares, que se iniciou com o Avastim e depois surgindo o Lucentis e como uma terceira opção de tratamento, o Eylea. Essas medicações atuam no fechamento dos vasos sanguíneos localizados embaixo da retina e que são a causa dos sangramentos e inchaço na região da mácula.
Dr. Alexandre ressaltou a importância de criar o hábito de consultar o oftalmologista, monitorar a visão utilizando a Tela de Amsler,  usar proteção contra raios UV, manter uma alimentação saudável e rica em fibras,  legumes e verduras, não  fumar e manter atividades físicas.
2ª Palestra –  DMRI – Cenário no Brasil e Incidência   
Dando prosseguimento aos trabalhos, o Dr. Suel Abujamra, também abordou  a DMRI como tema de sua palestra e acrescentou na sua apresentação, a falta de projetos de assistência aos deficientes visuais e de prevenção à cegueira no Brasil.
Enfatizou os efeitos benéficos com o uso das medicações – Avastim, Lucentis e Eylea, onde pacientes apresentaram melhoras significativas após as aplicações, ressaltando que o Poder Público precisa tomar medidas urgentes para tornar essas medicações  acessíveis aos pacientes com DMRI.
Citou também que o Conselho Brasileiro de Oftalmologia irá a  Brasília para reivindicar um Programa de Prevenção à Cegueira.
Maria Julia Araujo presidente da Retina Brasil, fez comentários importantes após a palestra do Dr. Suel Abujamra, com relação a DMRI do tipo seca, ressaltando que embora ainda não exista tratamento para esse tipo de DMRI, as pesquisas científicas estão avançando,  e que no momento,  a  reabilitação pode ser um grande remédio para que os pacientes  tenham melhor qualidade de vida,  apesar da perda visual causada por essa doença.  A Retina Brasil está unindo forças para que o benefício da reabilitação seja alcançado em favor de todos em todo o Brasil.
 
3ª Palestra – Resultados da Pesquisa elaborada pela Retina Brasil, com apoio da Bayer, visando conhecer o grau de informação da população em geral sobre a saúde ocular no Brasil.
Na Palestra seguinte, a Sra. Maria Antonieta Leopoldi – vice-presidente da Retina Brasil, apresentou os resultados de um projeto já há muito tempo sonhado pela Retina Brasil, sobre uma pesquisa de opinião junto à população, para obter dados que informem a realidade da saúde ocular no Brasil. Esses dados podem ajudar a criar políticas públicas que melhorem o acesso à saúde ocular dos brasileiros.  Essa pesquisa, que aconteceu em Novembro de 2014, trabalhou num universo de 5.000 pessoas que foram entrevistadas em sete cidades brasileiras  de grande porte (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Recife e Fortaleza). Essa pesquisa tinha como objetivo, avaliar o grau de informação da população brasileira sobre saúde ocular e em especial sobre problemas de visão ligados a retina. Foram avaliados também,  o acesso das pessoas ao atendimento de saúde e especialmente o atendimento oftalmológico.
Tiveram como resultado das 5.000 pessoas entrevistadas, o seguinte:
44% são homens, 55% são mulheres, 72% tinham entre 16 e 40 anos, e 28% acima de 41 anos e 31% dos entrevistados tinham ensino médio e superior. Esse e o padrão das pessoas que responderam a pesquisa. A maioria tinha idade abaixo de 40 anos e podem ser possíveis candidatos a problemas de visão e estamos falando um de grupo que não possui um nível educacional relativamente alto, pois são 31% tem ensino médio e superior e os 70% restantes não possuem sequer o ensino médio.  As pessoas que responderam a essa pesquisa, eram donas de casa, aposentados, auxiliar de escritório, estudantes. Foi perguntado qual a frequência de consulta ao oftalmologista e 7% nunca visitou o oftalmologista; 47% das pessoas entrevistadas vão ao oftalmologista pelo menos a cada 2 anos e 42% só procuram uma consulta quando apresenta alguma queixa.  Dos 52% das pessoas entrevistadas, afirmam ter problemas de visão, mas 8% não sabem qual e o problema de visão e 75% dizem que precisam de óculos, 11% dizem ter catarata, 3% com problemas na retina, 2% com glaucoma e 48% responderam que não tem problemas de visão. Quanto ao atendimento médico oftalmológico, 20% usa médico  particular, 33% tem plano de saúde e 47% recorrem ao SUS (desses 19% tentou ser atendido no SUS, mas sem sucesso, 52% conseguiram atendimento com espera de 3 a 6 meses e 27% esperou no máximo  2 meses)
Perguntamos as entrevistados se conhecia alguém que perdeu a visão com idade avançada: 57% não conheciam ninguém e 43% afirmaram conhecer alguém (quase a metade desconhece o motivo da perda da visão, 15% disse que foi causado por glaucoma e 33% devido à catarata, o que já foi relatado aqui anteriormente, que é a maior causa de cegueira, 7% afirmam que foi por problemas de retina, citando descolamento da retina, degeneração da macula, derrame na retina e retinose pigmentar).
Perguntando aos entrevistados se já tinha ouvido falar em degeneração da mácula, 81% nunca ouviram falar e 19% afirmam já ter ouvido falar (desses, 91% já ouviu falar, mas não sabe o que é, e 9% afirmaram saber o que é degeneração da macula).
Quanto à informação sobre o tratamento para a degeneração da mácula, 66% dizem que não sabem. Dos que dizem saber, 47% dão opções erradas sobre o tratamento, mencionando colírios e comprimidos e somente 3% afirmam que o tratamento e feito com injeções intraoculares.
Como já foi falado, em 2030 o Brasil terá mais idosos do que crianças e adolescentes. O Brasil apresenta a terceira maior taxa de crescimento da população idosa do mundo, aumentando a expectativa de vida e consequentemente o número de pessoas afetadas pela DMRI e outras doenças oculares no idoso.
O Ministério da Saúde tem muito a fazer, para mudar a realidade da saúde ocular brasileira, principalmente com relação às doenças degenerativas da retina e o impacto dessas doenças na sociedade brasileira.
A Retina Brasil entende ser fundamental que o SUS tenha postos de saúde com pronto atendimento, com especialistas em retina para diagnóstico e acompanhamento da doença, fornecendo centros de reabilitação e apoio psicológico. Que o diagnóstico  genético seja possível através da rede conveniada e pelo SUS. Sendo muito importante, fazer campanhas informativas.
A Retina Brasil tem buscado a união de forças entre médicos e laboratórios.
Nesse momento a Maria Julia Araujo comentou que neste Fórum, estão presentes os representantes dos Grupos Regionais – Retina Ceará, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo – que formam a Retina Brasil. Em breve, estaremos unindo forças e reativando o Grupo Retina Goiás e teremos também a criação do Grupo Retina Espírito Santo, e as expectativas de atingir todo Brasil.
Esclareceu ainda que o Comitê Cientifico da Retina Brasil tem sido muito atuante, buscando sempre novas informações sobre as pesquisas científicas e sobre novos tratamentos para as doenças da retina. Este Fórum é o começo de um grande movimento para modificar o quadro atual onde as doenças da retina são negligenciadas.
 
Depoimento da Nivia (neta de uma paciente com DMRI)
Tivemos um depoimento da neta de uma paciente com DMRI, relatando a luta do dia a dia, as incertezas sobre o acesso à informação e de como conseguir um tratamento para DMRI pela rede pública:
“ Meu nome e Nívea e minha avó  tem DRMI úmida e embora ela já soubesse do diagnostico há algum tempo, nós só descobrimos por acaso e há pouco tempo, pois ela não havia mencionado para nós.  Descobrimos que ela tinha DMRI, quando chegou em casa uma correspondência com um recibo de uma aplicação do medicamento para tratamento.  Eu não conhecia nada sobre a doença e comecei a pesquisar na Internet.  Continuei nas minhas pesquisas para tentar me familiarizar com a aquela situação que era nova e difícil de lidar, principalmente pela falta de informação. Me senti meio perdida, pois não sabia como ia fazer para pagar aquele tratamento, já que minha avó com 81 anos não tem plano de saúde. Entrei em contato com pessoas de outros estados, para saber o que eu poderia fazer por ela,  pois eu me imaginei sem visão e é muito difícil.  Imaginei também o  impacto  na vida da minha avó,   pois ela que gosta de ler,  andar e ser independente, como ia ser?  Procurei informação com algumas pessoas para perguntar como poderia ser atendida na rede pública, mas não consegui muitas informações.  Eu não sabia  quem procurar e como fazer.  E na minha busca, encontrei o site da Retina Brasil, com a informação do contato da AFAG – Associação de Familiares e Amigos, associação que poderia me ajudar no acesso ao tratamento pelo SUS”
 

5ª. Palestra – Principais Desafios ao Acesso ao Tratamento de DMRI

A Dra. Juliana Sallum iniciou esclarecendo que nesta palestra ela não iria abordar, como de costume, assuntos científicos, mas que gostaria de aproveitar a oportunidade, uma vez que estávamos todos reunidos na Câmara Municipal, de falar sobre os vários aspectos políticos e administrativos, que constituem verdadeiros  desafios a serem enfrentados,   buscando assim soluções,  para melhorar  o acesso  dos pacientes com doenças da retina, com relação às consultas, exames, diagnósticos, tratamentos e acompanhameto da doença,  não só na rede pública como também na rede conveniada.
Ela falou um pouco sobre DMRI e comentou que historicamente,  a Retina Brasil começou cuidando das outras doenças degenerativas da retina e mais tarde a DMRI também entrou no foco da associação, quando começaram a surgir as medicações para tratar a DMRI tipo úmida. Esses tratamentos são caros e não disponíveis pelo SUS, o que dificulta o acesso dos pacientes aos tratamentos e a associação deve buscar caminhos que facilitem o acesso de todos os pacientes.
Mencionou também o olho biônico, embora ainda precise ser aprimorada, já é viável em outros países, mas como é muito caro, fica completamente fora da realidade brasileira.
Voltando à DMRI, ela colocou questões importantes  que levam muitas pessoas a demorar a procurar um oftalmologista para  ter  um diagnóstico precoce da sua doença: muitos  acham que é  normal não enxergar direito quando se chega em idade avançada; alguns tem visão monocular e acabam se acostumando a enxergar com um olho só e só procuram um médico  quando o problema atinge também o outro olho. O contexto familiar onde o idoso está inserido, também pode dificultar a procura por ajuda médica.  No caso do paciente que depende do atendimento pelo SUS, primeiro ele passa por um atendimento primário e depois é encaminhado para um médico especializado, que vai então indicar o tratamento, o que pode se prolongar por muito tempo.
Em geral,  a leitura e assistir TV são passatempos preferidos para o idoso e essa rotina acaba ficando prejudicada pela baixa qualidade de visão, levando a uma baixa qualidade de vida.  E a longa espera pelo SUS pode piorar o quadro do paciente,  não só em relação à doença,  mas também o paciente pode se sentir deprimido pela situação.
Buscando alternativas para melhorar as condições do atendimento dos pacientes pelo SUS, a Dra. Juliana mencionou que nos Estados Unidos existe uma equipe técnica, que trabalha junto com o médico e prepara todo o processo fazendo o sistema funcionar.  No Brasil existem excelentes médicos, mas não existe essa equipe técnica para elaborar documentos e cuidar do administrativo,  etc….
Existe um quadro de doenças com tratamento e doenças que não tem tratamento, onde a reabilitação se torna necessária.  O acesso à reabilitação também deve ser uma preocupação, para trazer melhor qualidade de vida aos pacientes.
Ela ressaltou que para quem tem plano de saúde, também está difícil o acesso a consulta, exames e tratamentos, pois muitas vezes não há a vagas e disponibilidade de horários.
Quanto aos medicamentos para o tratamento da DMRI, ela falou sobre o  Avastim,  um medicamento que inicialmente foi desenvolvido para um determinado fim e que também está  sendo usado em oftalmologia. Essa medicação acaba sendo barateada quando você tem o fracionamento da medicação, onde um frasco contém várias aplicações, que podem ser utilizadas em pacientes diferentes. Seria ideal que esta medicação já viesse em doses menores e utilizadas para cada paciente.
Falou que a  Retina Brasil se reuniu com a Sociedade de Retina e Vítreo, em busca de soluções, tratando esses assuntos com prioridade e tentando colaborar quanto ao acesso de pacientes aos tratamentos.
Dra. Juliana encerra sua  apresentação  dizendo que nesse Fórum ela trouxe vários problemas que estão dificultando acesso, não só sobre a saúde ocular, mas também com relação às pesquisas para buscar tratamentos para as doenças ainda não tratáveis e diz que precisamos buscar juntos à associação de pacientes e a sociedade médica,  as soluções desses problemas, soluções estas relevantes para melhorar o acesso à saúde, reabilitação e qualidade de vida.
 
 
 
6ª Palestra – Direito à Saúde
Dra. Maria Cecília advogada e presidente da AFAG (Associação de Familiares e Amigos), parceira da Retina Brasil, assistindo pacientes a garantir seus direitos.
Ela inicia sua apresentação enfatizando que todas as classes precisam estar unidas em prol de uma causa, que é garantir os direitos do paciente em quaisquer circunstâncias e se necessário for,  utilizando a judicializacão para assegurar esses direitos, seja na rede do SUS ou nos Planos de Saúde, a fim de que seja concedido um tratamento, medicação ou exames de diagnósticos.
Faz parte da nossa luta, estarmos atentos às três esferas dos Poderes Públicos: Legislativo, Executivo e Judiciário.  A Dra. Maria Cecilia lembrou que leva anos para que algo mude no Legislativo, e um paciente não pode esperar. Caso o Executivo não promova garantias dos direitos desse paciente em questão, cabe ao paciente procurar seus direitos através do Judiciário.
Com relação à importância dos laudos e relatórios médicos, a Dra. Maria Cecília esclarece que, os juízes são pessoas leigas no que diz respeito à medicina em geral e se não existir um documento elaborado pelo médico relatando a real necessidade de uma medicação, de um determinado exame ou um tratamento para que se garanta a saúde e bem estar deste paciente, o juiz não terá condições de avaliar a real situação.
Varias doenças até hoje ainda não tem protocolos, sendo  necessário garantir os direitos através da judicialização.
Mais uma vez foi citado que a Constituição está  sendo desrespeitada, onde diz: “Saúde é direito de todos e é um dever do Estado”.
Essa luta é valida e legitima e a Retina Brasil vem atuando de forma brilhante, juntamente com a AFAG, defendendo os direitos dos pacientes através da judicialização.
 
7ª  Palestra – Reabilitação e a Baixa Visão
A Dra. Eliane Cunha da Fundação Dorina Nowill informou que no Brasil existem 6.5 Milhões de pessoas com deficiência visual e conforme dados do último  senso, existem 6 Milhões de pessoas com baixa visão (abaixo  de 30% de visão no melhor olho) e 500 mil cegos.
Ela abordou questões relevantes para os pacientes com baixa visão. Para um leigo, é difícil entender quando alguém tem baixa visão e o quanto essa pessoa enxerga. Como é possível enxergar uma formiga no chão e não ver o letreiro no ponto de ônibus e placas na rua ?  Isso acontece em função do contraste e do movimento. E por isso, muita gente acaba não acreditando que aquela pessoa tem realmente baixa visão.
A questão da iluminação também é muito delicada e tem que ser bastante controlada. Foi relatado que luz demais atrapalha e de menos também, e isso pode atrapalhar as atividades mais básicas do dia a dia. Quem tem baixa visão leva quatro vezes mais de tempo para se adaptar entre um lugar claro e um lugar escuro,  do que uma pessoa que tem visão normal.  É preciso muita paciência para lidar com essa situação, pois as pessoas caem e tropeçam.
Pessoas com baixa visão, relataram que sentem alteração da visão em situações de maior stress em um determinado dia, o que acaba gerando uma preocupação por parte dos pacientes que chegam a pensar que houve uma piora da visão.
Também existe um preconceito por parte da sociedade, pois o paciente com baixa visão está entre dois mundos: o mundo dos que enxergam e o mundo dos que enxergam pouco.
Dra. Eliana abordou a questão das varias opções dos recursos ópticos para quem tem baixa visão, como por exemplo, as lupas com iluminação: precisando haver uma adaptação e isso varia de pessoa para pessoa e da patologia de cada um.
No dia a dia, uma das queixas para a  pessoa com baixa visão, é de derrubar copos transparentes, pois fica difícil enxergar. Por isso é bom usar copos coloridos e sempre contrastando com a toalha da mesa. São pequenos detalhes que ajudam  muito a vida da pessoa com deficiência.
Outra coisa importante é a organização da casa, para não deixar coisas no meio do caminho, evitando assim acidentes.
Citou que para atender as necessidades das pessoas com deficiência, muitas empresas vem criando produtos adaptados, como por exemplo, a empresa Copag, que está  lançando um baralho novo,  com o tamanho de carta normal e os números e símbolos ampliados. Uma coisa boa para as pessoas com baixa visão que gostam de jogar baralho.
Vários fatores precisam ser considerados quando uma pessoa perde a visão. Cada pessoa está vivendo um momento único, que pode ser de revolta, depressão ou negação. E é preciso entender que a perda da visão altera radicalmente a vida dessa pessoa.  Sem essa percepção, fica difícil fazer um bom trabalho de reabilitação e de fornecer a esta pessoa o que ela realmente precisa.
Quem nasceu sem visão não tem um comparativo com o “antes” e quem vai perdendo aos poucos a visão, sempre compara como fazia as coisas anteriormente, o que gera uma frustração, depressão e fadiga.  Por isso é necessário estimular os outros sentidos, como: o olfato, a audição e o tato, porém sempre respeitando o ritmo de reabilitação de cada um.
Foi relatado pela Dra. Eliane, que a Sra. Dorina  Nowill – Fundadora da Instituição Dorina Nowill,  ficou cega aos 17 anos e faleceu aos 91 anos e nunca deixou de fazer seus trabalhos manuais que tanto gostava.  Foi uma pessoa impar na deficiência visual no mundo.
A Fundação Dorina Nowill está de portas abertas à visitação e sempre preocupada em garantir o bem estar da pessoa com  deficiência  visual e a sua reintegração na sociedade, resgatando a autoestima e o seu espaço.
 
8ª Palestra – Pesquisa para os Futuros Tratamentos das Doenças Degenerativas da Retina
A última palestra do dia, sobre as novidades de tratamentos e medicação trazidos pela Dra Rosane Resende.
Perspectivas terapêuticas
Em virtude do número de genes causadores de distrofia retiniana, o tratamento não pode ser o mesmo para todas as doenças degenerativas da retina e cada uma delas vai se manifestar de formas diferentes.
Embora os sintomas de Retinose Pigmentar sejam os mesmos (cegueira noturna e perda de visão periférica), cada uma apresenta um fenótipo diferente no exame de fundo de olho de acordo com a característica familiar. Antigamente o tratamento imunológico era feito tudo igual para todos e não fazia nenhum efeito. Desde a década de 80, quando foi descoberto o primeiro gene até agora,  tem sido um turbilhão de informações e pesquisas, para a parte médica,   com maior conhecimento da patologia, identificação dos genes e vários testes clínicos em andamento para diminuir a progressão e  até  a tentativa de cura.
Para o tratamento hoje, seria ideal que todos pudessem fazer o mapeamento genético, para descobrir qual o gene causador e o tipo de modificação genética que ele causa.
Existem dois tipos de perspectivas terapêuticas considerando as diferenças dos estágios do avanço das doenças:   existem pessoas que mantém a visão ainda por muito tempo e existem pessoas que a doença progrediu muito rapidamente e já perderam a visão.

  •   Quando o paciente não tem mais visão quais as perspectivas de tratamento?

Nessa fase  quando os fotorreceptores não estão mais funcionando, neste caso o paciente já perdeu totalmente a visão a Dra. Rosane mencionou a visão artificial,  optogenese e a visão com as células tronco.
Na visão artificial temos a opção do implante retiniano Argus ll e IG da  Alemanha. Esta opção consiste em introduzir um chip dentro do olho, que faria às vezes de um fotorreceptor. No início desse estudo, no momento da transformação da luz em estimulo elétrico, haveria a disseminação de calor o que queimaria a retina.  Foi um dos problemas que surgiram. Qual seria o tipo de material utilizado que não queimasse a retina?  Viram que a porcelana poderia ser utilizada, pois não queimaria a retina.    O Argus ll já está sendo comercializado  na Europa e Estados Unidos, com a restauração somente da visão central e nesses casos, os pacientes selecionados são aqueles que não têm mais nenhuma  visão.  Atualmente a proposta é de recuperar a luz e a visão central.  Você tem noção de claro e escuro, consegue ver o seu prato, mas sem muita qualidade ainda.  Estamos aguardando uma maior evolução nesse chip, para conseguir uma visão melhor.
No chip alemão, você consegue ver algumas letras grandes, mas ainda estamos aguardando maior qualidade de visão. E acredito que algumas melhorias irão acontecer num curto espaço de tempo.
A octogenese o que é isso?  Existem umas plantinhas que contem uns canais com uma substância chamada “rodopsina” e quando esta substância “rodopsina é injetada dentro da célula,  ela substitui os fotorreceptores. Está  sendo testado em ratos, com resultados positivos de estimulação visual. Embora ainda esteja muito insipiente, estamos apostando também nessa opção.
Células tronco –  ultimamente temos ouvido falar bastante sobre as células tronco e  que potencialmente elas poderiam se diferenciar em qualquer tipo de célula. Nos primeiros testes, colocaram células embrionárias dentro do olho e ver para onde elas iam. Não foram registradas reações inflamatórias, e o mais importante é  que o olho tolera isso. Mas,  contudo,  as células tronco não conseguiram alcançar o alvo e serem  diferenciadas  como fotorreceptores e epitélio pigmentar,  o que seria o  nosso objetivo. A partir dai começou uma nova pesquisa e descobriram uma substância que faz a pré-diferenciação das células tronco como epitélio pigmentar antes de ser injetada no olho, recuperando as células danificadas.  Esta pesquisa está  evoluindo bastante e esperamos uma notícia  boa em breve.
Contudo, ainda não existe nenhum tratamento com células tronco para a retinose pigmentar. Embora existe  um site dizendo que está sendo feito em Miami por 22 mil dólares, a injeção de células tronco. Por favor, não façam, pois houve formação de tumores !!!   Vamos esperar mais um pouco.
E e eu ainda tenho visão, o que eu posso fazer para melhorar?

  • Quando os fotorreceptores ainda funcionam, nos temos a neuroproteção e a terapia gênica.

O que é a neuroproteção? Os fotorreceptores tem um monte de cílios que chamamos de parte ciliar. O epitélio pigmentar além de ser um anteparo para a luz desencadear todo o seu processo, durante a noite o epitélio pigmentar renova toda a parte ciliar dos fotorreceptores. Porém se o epitélio pigmentar não fabrica mais essa substância de renovação, essa parte ciliar vai morrendo.  Conseguiram isolar um fator chamado “fator neurotrófico de crescimento ciliar”. E  se o epitélio pigmentar não consegue produzir mais essa substância, como fazer para colocar isso dentro do olho?
Fizeram um cultura, colocaram células do epitélio pigmentar,  adicionaram o fator de crescimento e fizeram como um pequeno grão de arroz, que é implantado dentro do olho e vai liberando aos poucos o fator de crescimento neurotrófico de renovação que o epitélio pigmentar não consegue produzir.  Essa prática serve para qualquer distrofia retiniana.
Está sendo testado também, colocar nesse mesmo implante dentro do olho, a “rodopsina” junto com o “fator de crescimento” para que as duas substâncias sejam liberadas ao mesmo tempo.
O FDA já liberou a produção do fator neurotrófico, mas ainda não está  sendo comercializado.
O que é terapia gênica? A causa da doença é um gene que foi mutado. Em casos de “Amaurose Congênita de Leber” já tivemos sucesso, onde um menino teve a visão recuperada nos dois olhos.
E outros tipos de genes que causam RP, síndrome de Usher e outras distrofias retinianas também estão sendo trabalhados.
Dra. Rosane termina a palestra dizendo que há muita luz no fim do túnel e enquanto aguardamos, vamos manter um acompanhamento com um retinólogo, cuidar da alimentação, usar sempre óculos com proteção UV, evitar luz em excesso, evitar bebida destilada e não fumar.
 
Depoimento da Sra. Wilma de Araújo Teixeira
A Sra. Wilma foi diagnosticada com DMRI e ela nos diz que,  as dificuldades para aprender braile e informática, principalmente quando a idade já está avançada,  é necessário esforço e determinação para apreender e para manter a qualidade de vida.  Porém,  é muito compensador e ela estimula a todos a buscar a reabilitação. Finaliza dizendo que,  seu próximo desafio será um  curso de dança.
Visite o álbum de fotos do evento clicando aqui.