Genotipagem em oftalmologia

Juliana M. Ferraz Sallum, doutora e mestre em oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); fellowship no Wilmer Eye Institute, Johns Hopkins University; título de especialista em geneticista clínica

A genotipagem é indicada para aconselhamento genético, para aprimorar o diagnóstico e indicar a possibilidade do paciente participar de algumas pesquisas clínicas.

Juliana M. Ferraz Sallum, doutora e mestre em oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); fellowship no Wilmer Eye Institute, Johns Hopkins University; título de especialista em geneticista clínica
O que é genotipagem?
É a identificação das alterações genéticas que causam determinada doença em indivíduos de uma família. Quando a doença é de causa cromossômica, o cariótipo é o exame indicado para detecção de alterações cromossômicas. Mas quando a causa é gênica, é necessário o diagnóstico genético molecular, que pesquisa mutações em genes relacionados à doença.
Por que genotipar?
Até bem pouco tempo atrás a genotipagem era usada para aconselhamento genético em determinadas situações familiares. Hoje há duas novas indicações: diagnóstico e tratamento.
Para diagnóstico deve-se conhecer mais profundamente a doença para melhor entendimento das bases moleculares que a causam. Protocolos de estudos clínicos em pacientes estão avaliando novos tratamentos. E o diagnóstico molecular é critério de inclusão em alguns desses protocolos. Alguns destes tratamentos visam corrigir defeitos genéticos, por meio de terapia gênica. A abordagem pode ser ao nível do DNA, RNA ou em terapias de reposição de proteína ou substâncias que interfiram no metabolismo.
A clínica é soberana?
O direcionamento da pesquisa genética se baseia em diagnósticos clínicos precisos e na identificação do padrão de herança. Uma doença com padrões de herança diferentes pode ser causada por genes distintos, isto é, a heterogeneidade genética. A clínica guia a pesquisa molecular. Existem mais de 180 genes relacionados às distrofias de retina. A experiência em genotipagem tem auxiliado a direcionar a pesquisa molecular. Quando um caso semelhante tem seu gene identificado, esta informação facilita a pesquisa em novos casos.
O que é mutação e polimorfismo?
Ambas são variações genéticas. A mutação é mais rara, encontrada com frequência menor que 1% da população, e causa um defeito que está relacionado ao aparecimento de uma doença. O polimorfismo é uma variação mais frequente que não causa doença, mas que pode predispor ao aparecimento da doença.
As doenças monogênicas em geral são causadas por mutações. Para as poligênicas, os polimorfismos genéticos podem predispor ao aparecimento de determinada doença.
O que a genotipagem busca?
Dependendo da doença em questão procura-se:
• Polimorfismo que confere risco para determinada doença. Ex: polimorfismos que predispõem a DMRI.
• Mutação específica em um gene. Ex: as distrofias de córnea são causadas por mutações específicas no gene TGFβ1.
• Mutações variadas em determinado. Ex: Doença de Stargardt, em geral, está relacionada a mutações no gene ACBA4.
• Mutações variadas em um painel de genes. Ex: Retinose Pigmentar e Amaurose congênita de Leber podem ser causadas por vários genes cada uma. A maioria das distrofias de retina se encontra neste grupo.
Qual método molecular deve ser empregado?
O método depende do que estiver sendo procurando. Se quisermos identificar um polimorfismo ou uma mutação específica podemos testar diretamente aquele ponto do gene. O teste molecular é menos complexo. Usamos PCR e enzimas de restrição ou PCR real time ou ainda sequenciamento de um fragmento de DNA, um exon, por exemplo.
Se tivermos de pesquisar a mutação em qualquer ponto do gene está indicado sequenciar este gene inteiro. O problema é maior quando temos de sequenciar vários genes. Até bem pouco tempo atrás isso era economicamente inviável como exame clínico. Os chips de DNA eram uma possibilidade alternativa, pois testam o DNA do paciente contra uma biblioteca de mutações conhecidas. O problema é que o paciente pode ter uma mutação que não está incluída no chip e o teste é inconclusivo.
Mais recentemente, as técnicas de sequenciamento capilar (tradicional) foram aprimoradas e optimizadas. Equipamentos para sequenciamento mais modernos, chamados sequenciadores de “next generation”, estão entrando no mercado. Isso permite obter o diagnóstico nas situações em que o chip de DNA era inconclusivo.
O sequenciamento aumentou a eficiência da genotipagem. O de “next generation” permite a análise do genoma todo (genômica) ou apenas dos exons (exomas). Essas abordagens possibilitam a identificação de novos genes, o estudo de interação entre genes e de fatores modificadores da expressão dos genes (epigenômica).
A mutação identificada é sempre causadora de doença ou pode ser um polimorfismo?
A análise da patogenicidade da mutação identificada:
• Deve-se pensar no heredograma da família, verificando-se se os afetados são portadores da mutação.
• A mutação deve correlacionar com o padrão de herança. Por exemplo, uma mutação recessiva pode causar a doença por não produzir a proteína. Já para uma mutação dominante o efeito patogênico pode decorrer da insuficiência de apenas um alelo do gene estar funcionando, o que é chamado haploinsuficiência.
• A análise da estrutura da proteína gerada também auxilia esta interpretação.
Existem bancos de dados sobre as mutações.
Aspectos éticos são importantes?
Os geneticistas são os profissionais preparados para avaliar as situações familiares. Todo o teste genético deve ser acompanhado de uma consulta de aconselhamento genético com o médico geneticista para explicar as implicações do resultado do teste para o paciente e seus familiares.
Quais as perspectivas para os pacientes?
Nestes últimos anos alguns protocolos clínicos de pesquisa foram propostos. E os primeiros resultados mostram melhora visual em situações bem particulares. As técnicas empregadas variam entre reposição de carotenoides e antioxidantes e terapia gênica.
A clínica continua soberana. Acompanhar os pacientes com consultas é essencial. A genotipagem é indicada para aconselhamento genético, para aprimorar o diagnóstico e para indicar a possibilidade do paciente participar de algumas pesquisas clínicas.
Isso reforça que a prova de princípio existe. Há esperança dentro desta linha de pesquisa que busca a melhora visual dos pacientes com doenças genéticas.
Fonte: Revista Universo Visual, edição de agosto de 2011. Acesse o site da publicação aqui.

Prevenção da DMRI: Perguntas e Respostas com a Dra. Emily Y. Chew

Dra. Emily Chew, diretora da Divisão de Epidemiologia e Aplicações Clínicas do National Eye Institute, dos EUA

A Dra. Emily Chew é diretora da Divisão de Epidemiologia e Aplicações Clínicas do National Eye Institute (NEI), no National Institutes of Health (NIH) em Bethesda, Maryland, Estados Unidos. O foco do trabalho da Dra. Chew e de sua equipe é a prevenção da DMRI.
Adicionalmente, a Dra. Chew é uma das principais pesquisadoras do AREDS, um teste clínico de âmbito nacional que começou em 1992 para estudar o impacto dos antioxidantes das vitaminas C, E, do beta-caroteno e zinco na progressão da DMRI. Os resultados publicados em 2001 mostraram que a combinação de vitaminas e minerais (AREDS) em pacientes com a DMRI no estágio intermediário ou avançado em um olho reduziu 25% o risco da progressão para o estágio avançado da DMRI e diminuiu aproximadamente 19% o risco de perda de visão causada pelo estágio avançado da DMRI.
Quatro mil pacientes estão inscritos para uma pesquisa onde vamos determinar se a adição de altas doses de nutrientes luteína/zeaxantina e/ou suplementos com óleo de peixe impedirá o avanço da DMRI.
Por que esses suplementos em particular?
Os pesquisadores da NEI verificaram em suas primeiras investigações que as pessoas que tem uma alimentação rica em luteína e zeaxantina, dois antioxidantes da família beta caroteno, expõem os indivíduos a menores riscos de desenvolvimento da DMRI. Esses alimentos são: couve, folhas verdes, mostarda verde e espinafre cru ou cozido. Em relação aos peixes, eles perceberam que as pessoas que tem em sua dieta bastante ômega-3 ácidos graxo (DHA e EPA encontrados nos peixes, especialmente no salmão) também parecem ter menos risco de DMRI. Esperamos ter em 2013 os resultados do AREDS2.
Pergunta: Gostaria de saber se conversaremos sobre a DMRI neovascular (também chamada de exsudativa), atrófica (chamada de seca), ou ambas?
A degeneração macular relacionada à idade começa com as drusas, pontos amarelos na retina, que podem levar a atrofia e perda de células da retina necessárias para a visão. Esse processo é chamado de DMRI seca. Novos vasos sangüíneos podem ser desenvolvidos e o resultado pode ser a DMRI exsudativa. Todo esse processo é chamado de DMRI.
Não faz muito tempo as pessoas pensavam que a perda de visão na idade madura era inevitável, como ossos frágeis e dentaduras. Mas agora sabemos que podemos ter ossos e dentes saudáveis para o resto da vida. E com relação à visão?
Sabemos que com o avanço da idade corremos o risco de termos glaucoma, catarata e DMRI. Esta representa mais de 50% de perda de visão nos Estados Unidos. Quanto mais longeva for a população, mais pessoas serão afetadas. Além da idade, o risco de DMRI pode também ser aumentado por influências genéticas e fatores ambientais como tabagismo e hábitos alimentares.
O que você diria para alguém que tenha um membro da família com DMRI e está preocupado em herdar a doença? Ajudaria fazer um teste genético?
Um exame oftalmológico avaliando o risco de uma pessoa ter a DMRI seria útil. Em nossos estudos, parece que acrescentar a informação genética não aumenta a probabilidade para uma melhor previsão da doença. Além disso, não temos boas terapias preventivas para isso. Por esses motivos o teste genético não me parece tão interessante.
É verdade que óculos de sol podem prevenir a DMRI? Devemos evitar luz azul? E a luz do computador, TV e telefones?
Não há dados clínicos que sugerem que a luz de qualquer fonte possa danificar ou promover a DMRI.
Há muitos anos você e seus colegas têm trabalhado em uma grande pesquisa clínica buscando os fatores de risco da DMRI e avaliando se altas doses de antioxidantes e zinco alteram a progressão da doença. Nesse estudo, chamado de AREDS, vocês descobriram que antioxidantes e zinco podem reduzir significantemente o risco de avanço da DMRI. Em 2006 vocês lançaram uma segunda fase de estudo chamado AREDS2, para testar se uma combinação modificada de vitaminas, minerais e óleo de peixe, retardaria a progressão da perda da visão. Qual o seu conselho para as pessoas portadoras de DMRI, pensando nas pesquisas AREDS e AREDS2 para prevenir que sua visão piore?
Estamos esperando os resultados dos estudos do AEDS2, que está avaliando o papel da luteína/zeaxantina e ómega-3 ácidos graxos (óleo de peixe). Para os pacientes com grandes drusas em ambos os olhos ou DMRI avançada em um olho, suplementos AREDS devem ser considerados. Obviamente, recomendamos dieta saudável com vegetais de folhas verdes e peixe.
Os resultados do AREDS e AREDS2 se aplicam a alguém sem DMRI, mas que quer prevení-lá?
O uso de suplementos AREDS sem DMRI não é autorizado. Ele não previne o desenvolvimento da DMRI inicial. A fórmula do AREDS2 não é recomendada nesse momento, pois ainda não temos o resultado do estudo.
Só para que fique claro, para uma pessoa sem DMRI, vocês recomendariam ou não comer mais peixe e certos tipos de vegetais como prevenção, já que estou envelhecendo?
Eu recomendaria uma dieta rica com vegetais de folhas verdes e mais de uma porção de peixe por semana.
E com relação às vitaminas que encontramos em estabelecimentos que dizem ser boas para a saúde do olho?
A única vitamina aprovada para as pessoas com risco de DMRI avançada é a fórmula AREDS.
Vamos ser práticos. Com que freqüência deve-se ir ao oftalmologista?
Depende da condição de seus olhos. Se você tem diabetes, deve fazer exames com bastante freqüência.

O que as pessoas podem fazer para monitorar sua própria visão?
Digo para os pacientes que correm o risco de desenvolver a DMRI avançada, para testarem a visão de um olho por vez. Deve-se cobrir um olho para testar o outro. Isso pode ser feito quando se está lendo ou usar a tabela de Amsler (ou um gráfico desenhado no papel) e procurar por áreas embaçadas ou distorcidas.

 
O National Institutes of Health tem um centro chamado de National Center for Complementary and Alternative Medicine (NCCAM). Sabemos que em muitos países o uso de medicamentos não convencionais é comum. Existe algum trabalho sendo feito para estudar medicação complementar e alternativa para a prevenção da DMRI?
Podemos considerar o estudo da luteína/zeanxantina e óleo de peixe um tipo alternativo de remédio. Na verdade, o NCCAM apóia o estudo AREDS2 com recursos financeiros.
A missão da AMD Alliance International é de trazer conhecimento, ajuda e esperança para as pessoas afetadas por DMRI em qualquer lugar do mundo. Em outras palavras, a AMD serve a comunidade mundial. Se a instituição e seus aliados enviassem uma mensagem para todos os cantos do mundo, qual seria?
Estamos trabalhando bastante para encontrar tratamentos para a forma atrófica de DMRI. Embora tenhamos um tratamento muito bom para a DMRI neovascular com Lucentis, Avastin e agora Eylea, nós gostaríamos muito de descobrirmos uma terapia preventiva para a DMRI.
Qual é a próxima estratégia do National Eye Institute para prevenção da DMRI?
Estamos trabalhando em um estudo que está sendo patrocinado pela Fundação Beckman para avaliar manifestações físicas diferentes de DMRI (fenótipos) e avaliar a constituição genética (genótipo) de cada um. Isso pode nos ajudar a entender a causa da doença e talvez encontrar terapias preventivas melhores.
Você gostaria de dizer algumas palavras finais?
Embora não saibamos o que exatamente causa a DMRI, sabemos que certos fatores de risco estão associados a ela. Tabagismo e outros hábitos de vida como obesidade e em alguns estudos colesterol elevado. Prestar atenção em seus hábitos pode fazer diferença na visão das pessoas.

Alimentos que podem prevenir ou retardar o avanço da DMRI

Os pesquisadores estão trabalhando bastante no desenvolvimento de drogas e outras terapias para tratamento da DMRI, mas necessariamente não temos que esperar por esses produtos. Aqui estão alguns nutrientes encontrados nos alimentos do dia a dia que podem prevenir ou retardar a progressão da doença, segundo  algumas pesquisas.

VITAMINAS C e E

O que são?
Muitos dos nutrientes mais comuns, particularmente as vitaminas C e E têm papel essencial para manter a saúde de nossos olhos. Essas vitaminas são antioxidantes, pois nos protegem dos perigosos subprodutos do oxigênio, que iniciam reações em cadeia levando a deterioração da célula. Em uma retina saudável as vitaminas C e E são abundantes. No entanto, os pacientes diagnosticados com DMRI avançada mostram uma concentração baixa dessas vitaminas. Não é surpresa que o National Eye Institute Estudo da Doença de Olho Relacionada à Idade (AREDS), uma fórmula de vitaminas C e E, junto com beta-caroteno, reduziu o risco do desenvolvimento da DMRI avançada em 17%.
Onde encontrar vitaminas C e E?
O corpo humano é capaz de produzir algumas vitaminas, mas não a C e a E. Felizmente, uma boa dieta pode fornecer toda vitamina C e E que precisamos. A vitamina C é encontrada em nozes e também na maioria das frutas e vegetais, como brócolis, pimentão, morango, frutas cítricas, maçã, espinafre, tomate e batata. Uma boa estratégia é incluir de 7a 8 porções de vitamina C em sua alimentação diária. A vitamina E é um pouco mais rara, mas podemos encontrá-la no germe de trigo, óleo de girassol, castanhas, abacates e vegetais verdes.

Carotenóides e Vitamina A

O que são?
Os Carotenóides são pigmentos que ocorrem naturalmente e são encontrados nos cloroplastos e cromoplastos das plantas. Eles têm um papel importante quando absorvidos pelo corpo. O betacaroteno do estudo AREDS é um exemplo; ele é convertido em vitamina A, que é necessário para uma boa visão. Os dois carotenóides de maior concentração na mácula são luteína e zeaxantina.
Os pesquisados do National Health e Nutrition Education Evaluation Survey (NHANES) que consomem mais luteína e zeaxantina correm menos risco de anormalidades nos pigmentos – um sinal de degeneração macular – do que aqueles que consomem menos carotenóides. Além disso, o AREDS2 está planejado para ser concluído em dezembro 2012, e está especificamente avaliando os efeitos dos suplementos luteína e zeanxantina no desenvolvimento da DMRI.
Onde encontrar carotenóides e vitamina A?
Encontramos luteína no pimentão amarelo, manga, mirtilo e vegetais de folhas verdes. A zeanxantina é encontrada na laranja, pimentão, brócolis, milho, alface, espinafre e tangerina. Caso você não coma muito dessas frutas e vegetais, os ovos são também uma boa fonte de carotenóides.

Ômega-3 ácidos graxos

O que são?
Ômega-3 ácidos graxos como os ácidos docosahexaenóico (DHA) e eicosapentaenóico (EPA), estão na categoria dos ácidos graxos essenciais. Nosso corpo não os produz, mas para termos uma boa saúde necessitamos deles. Esses ácidos graxos são muito importantes para o funcionamento de todo o corpo. Eles bloqueiam inflamações, tratam depressão e são muito importantes para nossos olhos. Estudos indicam que as pessoas que consomem pelo menos 64 mg por dia de DHA e 42,3 mg de EPA reduzem o risco de DMRI neovascular se comparados àqueles com menos ômega-3 em sua alimentação diária. Outros estudos sugerem que DHA e EPA podem não somente retardar a progressão da DMRI, mas também prevenir seu início. Junto com os carotenóides, o AREDS2 está examinando os efeitos desses promissores ácidos graxos.
Onde encontrar omega-3 ácidos graxos?
Embora seja certo que os peixes tenham grande quantidade de ômega-3 ácidos graxos, algumas pesquisas sugerem que outros ácidos graxos encontrados nos peixes diminuem os benefícios do ômega-3. Outras fontes de ômega-3 ácidos graxos são kiwi, nozes, amora e semente de linhaça.

Zinco

O que é?
Para reforçar nosso sistema imunológico e regular nosso metabolismo, o zinco é um mineral indispensável. As pesquisas do AREDS constataram que um suplemento de zinco (com cobre) reduziu o risco da DMRI avançada em 21%. Uma boa quantidade de antioxidantes no nosso organismo pode diminuir em 25% a possibilidade de adquirir a doença, mesmo sem acompanhamento médico.
Onde encontrar zinco?
O zinco não é difícil de ser encontrado. As ostras oferecem em uma porção, a maior parte de miligramas que precisamos, mas temos alternativas: carne de boi, lagosta, caranguejo, frango e carne de porco. Caso você não goste de carne, ingira uma boa quantidade de laticínios, feijões, cereais, aveia e amêndoas.

REFERÊNCIAS
1. Weikel KA, Chiu CJ, Taylor A. Nutritional modulation of age-related macular degeneration. Molecular Aspects of Medicine.2012;33:318-75.
2. Hediger, Matthias A. New view at C. Nature Medicine 2002; 8:445–46.
3. The Age-Related Eye Disease Study Research Group. A Randomized, Placebo-Controlled, Clinical Trial of High-Dose Supplementation with Vitamins C and E, Beta Carotene, and Zinc for Age-Related Macular Degeneration and Vision Loss. Archives of Ophthamology. 2001; 119:1417-36.
4. Mares-Perlman JA, Fisher Al, Klein R, et al. Lutein and zeaxanthin in the diet and serum and their relation to age-related maculopathy in the third national health and nutrition examination survey. American Journal of Epidemiology.2001;153: 424-32.
5. Chiu CJ, Klein R, Milton RC, et al. Does eating particular diets alter the risk of age-related macular degeneration in users of the Age-Related Eye Disease Study supplements? The British Journal of Ophthalmology.2009; 93:1241-46.

 

Olho Biônico

Imagem do chip Argus II, o olho biônico

Divulgamos e-mail recebido da Christina Fasser, presidente da Retina Internacional, anunciando a autorização na Europa para comercialização do implante da prótese retiniana Argus II da empresa Second Sight, que recupera parcialmente a visão em pacientes com Retinose Pigmentar.
“Queridos amigos,
Vocês encontrarão junto a este e-mail press release da empresa Second Sight anunciando que o Argus II foi aprovado para comercialização na Europa. Em breve, os pacientes com retinose pigmentar terão a opção de escolher como tratar sua deficiência visual. Parabenizamos a Second Sight, seus pesquisadores, os cientistas e a coragem dos pacientes que participaram das pesquisas.
Parabenizamos também, a agência de saúde que regulamentou e avaliou a importância de propiciar às pessoas que perderam a visão uma opção de restaurá-la parcialmente.
Com várias empresas e pesquisadores trabalhando para melhorar as opções de tratamentos atuais, a aprovação do Argus II é um marco importante dando esperança aos pacientes de várias opções de escolha num futuro próximo.
É importante notar que as opções de tratamento como a terapia de gens, os agentes neurotróficos (tecnologia das células encapsuladas) estão sendo testados em humanos com o objetivo de prevenir ou retardar a progressão da Retinose Pigmentar.
Atenciosamente
Christina Fasser
Presidente da Retina Internacional”

Press Release da Second Sight (traduzido)

Após mais de vinte anos de pesquisas e testes clínicos bem sucedidos, a Second Sight Medical Products, Inc. anuncia a aprovação pela European Economic Area – EEA (órgão regulamentador na Europa) da comercialização da prótese retiniana Argus II Retinal Prothesis System (“Argus II”).
O Argus II é uma prótese de segunda geração que é implantada com o objetivo de tratar profundamente os deficientes visuais que sofrem de doenças degenerativas como a Retinose Pigmentar.
O aparelho funciona convertendo imagens de vídeo capturadas de uma mini câmera, abrigada nos óculos do paciente, em uma série de pulsos elétricos que são transmitidos sem fio para um conjunto de eletrodos na retina.
Então, esses pulsos estimulam as células remanescentes da retina, resultando em uma percepção de padrões de luz no cérebro. Por meio desse sistema os pacientes aprendem a interpretar os padrões visuais, ganhando assim, um pouco de visão funcional. Trinta pacientes participaram da pesquisa usando o aparelho em casa e a vida deles mudou desde então.
Produtos Médicos Second Sight, Inc., localizada em Los Angeles, Califórnia, foi fundada em 1998 para criar uma prótese para a retina proporcionando uma melhora na visão de pacientes com deficiência visual por problemas causados pela degeneração da retina, como a Retinose Pigmentar.
Com dedicação e inovação, a missão da Second Sight é desenvolver, manufaturar e comercializar implantes de próteses visuais que são colocadas em pessoas com deficiência visual para que elas consigam ser independentes. O Argus II ainda não está aprovado para a venda nos Estados Unidos. O escritório principal europeu fica em Lausanne na Suíça.

Artigo da Scientific American (Brasil)

http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/implante_de_retina_aprovado_para_uso_na_europa.html

Implante de retina aprovado para uso na Europa

Após décadas de desenvolvimento e anos de testes clínicos, uma prótese óptica capaz de restaurar ao menos parcialmente a visão de quem sofre de doenças que prejudicam a retina chegará ao mercado
por Larry Greenemeier

Imagens cortesia da Second Sight Medical Products, Inc
Imagens cortesia da Second Sight Medical Products, Inc
Após décadas de desenvolvimento e anos de testes clínicos, uma prótese óptica capaz de restaurar ao menos parcialmente a visão de quem sofre de doenças que prejudicam a retina chegará ao mercado. A Second Sight Medical Products, Inc., anunciou na quarta-feira que seu sistema de prótese de retina Argus II foi aprovado para venda em toda a Europa. A Second Sight que está baseada em Sylmar, Califórnia planeja solicitar a aprovação da U.S. Food and Drug Administration (FDA) este ano.
A retina fica na parte de trás da superfície interna do olho e grava imagens em padrões de luz e cor. O implante do Argus II na verdade depende de uma mini câmera montada em um par de óculos de sol para capturar uma imagem e enviar as informações para um processador de vídeo, no cinto juntamente com um microprocessador sem fio e bateria. Após o processador de vídeo converter as imagens para um sinal eletrônico, um transmissor nos óculos envia as informações sem o uso de fios para o receptor implantado sob a membrana mucosa do olho, chamada conjuntiva. O receptor por sua vez, transmite os sinais através de um cabo minúsculo para um conjunto de eletrodos colocados na retina. O conjunto estimula diretamente as células que conduzem ao nervo óptico.
Ao receber os pulsos, o cérebro percebe os padrões de manchas claras e escuras correspondentes aos eletrodos estimulados. Os pacientes aprendem a interpretar os padrões visuais produzidos em imagens significativas.
A Second Sight recebeu o aval para colocar o Argus II no mercado com base em uma experiência clínica de sucesso feita com 30 pacientes cegos no mundo inteiro. O implante de retina estará inicialmente disponível ainda este ano no Centre Hospitalier National d’Ophthalmologie des Quinze-Vingts em Paris, nos Hôpitaux Universitaires de Genève em Genebra, e no Manchester Royal Hospital e no Moorfields Eye Hospital em Londres. O equipamento custa US$ 100 mil, embora a empresa argumente que está tentando ter ao menos parte desse custo subsidiado em alguns países.
Outras próteses de retina são esperadas, em especial um dispositivo subretinal da Retina Implant, AG, da Alemanha que coloca o implante sob a superfície da retina para estimular as células bipolares. Três pacientes cegos que sofrem de retinite pigmentosa e outras doenças oculares colocaram os implantes de retina da empresa e tem sido capazes de localizar objetos brilhantes sobre uma mesa escura, segundo uma equipe de pesquisadores liderada por Eberhart Zrenner, co-fundador e diretor da empresa e presidente do Instituto de Pesquisa em Oftalmologia da Universidade de Tübingen na Alemanha. Um dos pacientes foi capaz de descrever e identificar corretamente os objetos como um garfo ou faca em uma mesa, padrões geométricos, tipos diferentes de frutas e discernir tons de cinza com apenas 15% de contraste.

Novo estudo clínico contra DMRI seca aprovado pelo FDA

De acordo com informações da Foundation Fighting Blindness, um tratamento inovador para degenerações retinianas está prestes a se tornar a segunda vez terapia com células-tronco para passar a uma fase I / II do ensaio clínico. A empresa StemCells, Inc. (SCI), recebeu autorização da FDA para iniciar um ensaio clínico do seu tratamento com células-tronco neural para as pessoas com degeneração macular relacionada à idade seca (DMRI).
Anúncio veio 10 dias depois da Advanced Cell Technology (ACT), que lançou os primeiros-tronco ensaios de tratamento com células clínicos para degenerações retinianas em 2011, anunciou segurança encorajadores e resultados de eficácia para os seus dois primeiros participantes do estudo, um com DMRI seca, a outra com de Stargardt doença. SCI está planejando lançar um julgamento 16-participante clínica para DMRI seca. Detalhes adicionais do estudo são próximas.
Tratamento da SCI células-tronco neurais é projetado para preservar a visão, protegendo os cones e bastonetes, as células que fornecem a visão, de degeneração. As células terapêuticas, que serão injectados sob a mácula, a região central da retina, são concebidos para libertar continuamente proteínas que mantêm bastonetes e cones saudável.