Vimos convidá-lo para participar do Seminário das Doenças Degenerativas da Retina que acontecerá durante a Jornada da Retina no dia 28 de setembro 2013, das 09:00h às 13:00h, na Câmara Municipal de São Paulo – Salão Nobre – Viaduto Jacareí, 100 – Centro/SP.
O evento é gratuito e há necessidade de fazer inscrição antecipada pelo site www.retinabrasil.org.br.
Temas das palestras:
– Doenças Degenerativas da Retina: O que são e perspectivas para o tratamento
– A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e a Retinopatia Diabética:
O que são – Impacto dessas doenças na vida dos pacientes – Tratamentos existentes.
– “Vivendo com um Novo Olhar”: Recursos existentes que podem ajudar a conviver melhor com perda visual causadas por essas doenças.
– Síndrome do Olho Seco
Participe!!!!
Maria Julia da Silva Araujo
Retina Brasil
Presidente
mariajulia.araujo@retinabrasil.org.br
www.retinabrasil.org.br
Semana Internacional Conscientização da DMRI – 21 a 29 de Setembro de 2013
A Semana Internacional de Conscientização da Degeneração Macular Relacionada à Idade – DMRI
tem por objetivo a conscientização da doença, seus fatores de risco e prevenção.
A AMD Alliance e a Retina Brasil procuram na Semana Internacional de Conscientização da DMRI, divulgar informações, orientações e recursos aos pacientes e familiares, buscando assim, contribuir para minimizar o sofrimento das pessoas acometidas por esta doença.
A Retina Brasil busca também chamar à atenção para a realidade brasileira quanto ao acesso a saúde ocular no Brasil e especialmente para a DMRI.
A DMRI é uma doença crônica e progressiva. Ela é a principal causa da perda de visão em pessoas acima dos 60 anos.
As pessoas com DMRI desenvolvem uma diminuição da visão central, que é geralmente usada quando se olha para frente e em tarefas diárias comuns como leitura e dirigir. Em alguns casos, a doença progride vagarosamente e as pessoas notam pouca mudança na visão; em outros casos, ela progride rapidamente e pode levar a perda da visão dos dois olhos.
Há duas formas de DMRI: a seca e a exsudativa.
– A seca é o estágio inicial da doença e ocorre quando há um dano nas células sensitivas à luz da mácula levando gradualmente a uma visão central embaçada.
– A exsudativa é o estágio avançado da doença e geralmente aparece depois da versão seca. Alguns pesquisadores preferem usar o termo atrófica para a seca e neovascular para a exsudativa. Ela representa 10% dos casos de DMRI, onde vasos sanguíneos anormais crescem embaixo da mácula deixando vazar sangue e fluido. Isso causa uma ruptura e disfunção na retina e leva à diminuição da capacidade visual.
Atualmente, aproximadamente 30 milhões de pessoas no mundo têm DMRI. Este dado representa o dobro das pessoas acometidas de Alzheimer. Nos Estados Unidos, 10 milhões de pessoas têm alguma forma dessa doença. A cada ano estima-se que são diagnosticados 200 mil novos casos de DMRI exsudativa.
No Brasil estima-se que 3 milhões pessoas acima de 65 anos sofram de DMRI.
FATORES DE RISCO
São considerados fatores relevantes: idade, predisposição genética, fatores ambientais e de alimentação. O maior fator de risco é a idade: ele começa aproximadamente por volta dos 50 anos. Estudos mostram que depois dos 75 anos, a DMRI afeta mais ou menos 40% dos idosos. O tabaco também é um risco significante para a doença.
SINTOMAS
Um dos sintomas mais comuns da DMRI seca é a visão embaçada. Os primeiros sinais são pequenos depósitos amarelados embaixo da retina que podem ser fragmentos de tecidos deteriorados. Geralmente a DMRI seca precede a exsudativa, mas isso não acontece com todos os pacientes. Ainda não se sabe se, ou quando, ela progredirá para a exsudativa. Um sintoma comum inicial da DMRI exsudativa é a visão turva de linhas retas. Pontos cegos pequenos também podem ser desenvolvidos quando o paciente está no processo da perda da visão central. Já que a DMRI exsudativa pode causar perda de visão grave e repentina – muitas vezes em semanas ou meses depois dos sintomas iniciais – o diagnóstico e tratamento precoces são essenciais.
IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA
A DMRI traz um impacto para pacientes, familiares, cuidadores e sociedade como um todo. Na verdade, o custo financeiro real da diminuição da capacidade visual no mundo por causa de DMRI foi estimado em 343 bilhões de dólares em 2010.
A DMRI reduz a qualidade de vida dos pacientes, causando dificuldades em suas atividades diárias e algumas vezes sendo a causa de isolamento social. Pacientes com DMRI têm um nível de depressão mais alto que o normal; têm duas vezes mais o risco de morte prematura; têm um risco maior de quedas e fraturas no quadril e, consequentemente, entrada prematura em atendimentos clínicos ambulatoriais.
TERAPIAS
Por enquanto não há terapia com drogas aprovada para a DMRI seca. Estudos mostram que uma dose específica de antioxidantes e zinco, reduz significantemente o risco de DMRI avançada e perda de visão associada em alguns pacientes. Um estudo mais novo chamado AREDS2 está avaliando o papel adicional dos nutrientes, lutein/zeaxantin e ômega-3 ácidos graxos (óleo de peixe), para prevenir a progressão da DMRI. Cientistas da NEI (National Eye Institute) recomendam uma dieta saudável com vegetais de folhas verdes e peixe.
Para a DMRI exsudativa, se diagnosticada a tempo, há tratamentos disponíveis que podem evitar a perda visual. O tratamento mais popular e eficaz é: terapia anti-VEGF. Este tratamento é baseado no uso de drogas que bloqueiam o VEGF – a molécula que promove o crescimento de vasos sanguíneos anormais e problemáticos na DMRI exsudativa.
Tratamentos mais antigos, cirurgia a laser e terapia fotodinâmica são usados algumas vezes.
PESQUISAS
Novas pesquisas sobre a DMRI fornecem esperanças para o futuro e podem até mesmo preencher as necessidades de tratamentos não atendidas até agora. São elas:
– Terapias que permitam um tratamento com frequência reduzida (ex: poucas injeções, menos visitas ao médico e redução de custos para os pacientes e órgãos públicos);
– Melhora nos métodos de distribuição das drogas (ex: colírios, compostos orais, radiação)
– Terapias que permitam um auto monitoramento em vez de visitas frequentes ao médico.
– Terapias com drogas combinadas que melhorem a eficácia e o ônus do tratamento
– Drogas que bloqueiem a doença nos estágios iniciais.
Age-Related Eye Disease Study – Results, National Eye Institute, US National Institutes of Health. Available at: http://www.nei.nih.gov/amd Accessed on April 5, 2011.
A DMRI no Brasil
Calcula-se que aproximadamente 3 milhões de brasileiros acima de 65 anos sofram de DMRI em estágios variados de evolução.
- 10% dos casos de DMRI apresenta-se na forma úmida que apesar de menos freqüente é a que causa a maior parcela (cerca de 90%) dos casos de perdas graves da visão associadas à DMRI.
- A DMRI é uma das principais causas da perda visual em idosos. Outras causas são: catarata, retinopatia diabética e glaucoma.
- As principais causas da cegueira e baixa visão em adultos e idosos estão associadas ao envelhecimento da população.
- O Brasil apresenta um acelerado processo de envelhecimento, com transformações profundas na composição etária da população.
- Estima-se que em 2030 o número de idosos brasileiros será maior que crianças e adolescentes.
- O Brasil apresenta a terceira maior taxa de crescimento da população idosa se comparado com os países mais populosos do mundo, perdendo apenas para a Nigéria e México.
- Apresenta também uma das maiores taxas de aumento de expectativa de vida entre os países mais populosos do mundo, isso significa que teremos também a expectativa do aumento da prevalência das doenças oculares no idoso (catarata, retinopatia diabética, glaucoma e DMRI).
Como é o acesso ao diagnóstico, ao tratamento e reabilitação dos pacientes com DMRI
- A maioria dos pacientes brasileiros com DMRI no Brasil não está recebendo os cuidados necessários para manter a visão e evitar a perda progressiva da mesma por falta de diagnóstico precoce e das dificuldades de acesso ao tratamento.
- O sistema de saúde brasileiro é financiado por componentes públicos e privados.
– Sistema público: Sistema Único de Saúde (SUS) – responsável por 65% dos atendimentos.
-Sistema privado: Atendimentos particulares, Seguros Saúde e Planos de Saúde – responsável por 35% dos atendimentos.
- Falta acesso a um diagnóstico precoce na rede pública – para primeira consulta e acesso a exames o processo é muito demorado
- A rede pública ainda não disponibiliza tratamento para DMRI (exsudativa) – ainda não faz parte do rol de procedimentos do SUS.
- Desde 2012 a Retina Brasil vem acompanhando o processo de incorporação desse tratamento pela CONITEC, mas até a presente data o paciente atendido pelo SUS continua sem acesso ao tratamento.
- O acesso a reabilitação através da rede pública é precário. Há necessidade de ampliação de unidades que reabitem adequadamente esses pacientes.
Com base nos dados acima é de fundamental importância que o poder público dê a devida atenção às questões da saúde ocular do idoso, realizando campanhas para tratamento das doenças oculares como a catarata, a retinopatia diabética, o glaucoma e a DMRI, reduzindo assim a taxa de cegueira devido a falta de acesso ao tratamento adequado.
Retina Internacional e Retina Brasil se unem a organizações de todo o mundo para aumentar a consciência sobre as distrofias da retina.
28 de setembro de 2013
Dia Mundial da Retina
Retina Internacional e Retina Brasil se unem a organizações de todo o mundo para aumentar a consciência sobre as distrofias da retina.
Distrofias hereditárias da retina como Retinose Pigmentar , Síndrome Usher, Degeneração Macular Relacionad a Idade (DMRI), doença de Stargardt entre outras continuam sendo importantes causas da perda de visão global.
Distrofias da retina afetam mais de 40 milhões de pessoas no mundo. O custo global dessa condição debilitante pode ser superior a U$20 bilhões anualmente, o que ressalta a necessidade de ações rápidas para aumentar a consciência sobre a prevenção, diagnóstico e opções de tratamento.
No Dia Mundial da Retina (28 de setembro), a Retina Internacional, com suas 32 organições membro e outras organizações líderes em cuidados da visão de 32 países, estão convidando pacientes, seus amigos e familiares, profissionais da área oftalmológica, pesquisadores da visão, organismos de financiamento médico e científico a pensar a respeito do que pode ser feito para acelerar o ritmo de progresso do desenvolvimento de tratamentos seguros e eficazes mundialmente.
Este é um momento crucial para pacientes, médicos e patrocinadores de pesquisas, uma vez que dados de diagnóstico e de testes clínicos abrangentes tem a capacidade de alterar o prognóstico de milhões de pacientes que experimentam perda de visão possivelmente atribuíveis a distrofias da retina.
Sabemos, com base nos mais de 30 anos como uma organização internacional de pacientes, que o progresso rumo a programas de diagnóstico abrangentes e disponibilização generalizada de tratamentos para distúrbios de retina, é grandemente dependente da consciência e compreensão daqueles capazes de lidar com os problemas relacionados.
A perda de visão traz consequências devastadoras para a vida diária de uma pessoa, e aqueles afetados por doenças da retina muitas vezes sofrem de depressão grave e perda de sua independência. No entanto, todos podemos tomar medidas para iluminar o futuro e evitar a perda de visão desnecessária.
Atualmente, existem mais de 13 estudos clínicos diferentes sendo realizados em vários países, para testar os tratamentos para as diversas doenças degenerativas da retina. São estudos nas áreas das terapias genética, de células-tronco, de medicamentos (fatores de neuroproteção) e da visão artificial. Para que estes ensaios atinjam seu objetivo e tragam futuros tratamentos, a cooperação dos pacientes é fundamental. Portanto, é importante que os pacientes com doenças degenerativas da retina tenham acesso ao diagnóstico rápido e preciso, complementado pela genotipagem. Graças à cooperação de pessoas com doenças degenerativas da retina, os primeiros ensaios clínicos em visão artificial foram realizados com sucesso e dois chips diferentes da retina receberam permissão das autoridades dos Estados Unidos e da Europa, o FDA e a EMA, para serem comercializados. Em alguns países, o reembolso do implante do chip já é garantido ao paciente pelo governo.
“Os distúrbios da retina são condições que um dia poderemos ser capazes de tratar”, afirma Christina Fasser, presidente da Retina Internacional. “Nós temos a oportunidade de contribuir para a preservação da visão de milhões de pessoas. Aproveitar essa oportunidade pode ser simples como fornecer amostras de sangue, escrever para um financiador de pesquisas ou prover dados para um processo de avaliação tecnológica de saúde.
Com a campanha “Dia Mundial da Retina 2013, a Retina Internacional está aumentando os esforços de educação pública informando o público de programas de diagnóstico, iniciativas de desenvolvimento de tratamento e reabilitação e opções de suporte disponíveis na luta contra a cegueira relacionada a distúrbios da retina.
Para mais informações sobre a Retina Brasil e Retina Internacional, acesse os sites:
www.retinabrasil.org.br
www.retina-internacional.org
Sobre distúrbios da retina
Doenças hereditárias da retina como Retinose Pigmentar (RP) são condições que afetam pessoas de todas as idades, da infância a vida adulta e, apesar de serem geralmente de causas genéticas, podem acomenter esporadicamente pacientes sem histórico familiar da doença. Retinose Pigmentar (RP) é parte de uma família de doenças hereditárias da retina que causam degeneração da retina dentro de um período que depende de cada paciente. Quanto maior o tempo sem tratamento, maior a possibilidade de perda irreversível da visão.
São elas:
- Degenração Macular Relacionada à Idade
- Retinose Pigmentar
- Doença de Stargardt
- Síndrome de Usher
- Amaurose Cogênita de Leber entre outras
O que é a Retina Brasil
Associação de Pacientes – RETINA BRASIL, é uma organização social sem fins lucrativos, fundada em 2000, que atua em âmbito nacional e tem por objetivo:
- oferecer apoio ao paciente com doenças degenertaivas da retina,
- informar o paciente sobre a doença e o desenvolvimento das pesqusias para tratamento e cura dessas doenças,
- informar sobre recursos existentes na area de reabilitação,
- incentivar o desenvolvimento das pesquisas para tratamento e cura,
- informar e lutar para garantir os diretios desses pacientes.
Mais informações consulte nosso site: www.retinabrasil.org.br
III Encontro Latino Americano de Doenças Raras e Medicamentos Órfãos
A Fundação GEISER em parceria com o Instituto Canguru tem o prazer de convidá-los a participar do “III Encontro Latino-americano de Doenças Raras e Medicamentos Órfãos” que será realizado em 28 de setembro de 2013 das 09:00 às 18:00hs na Câmara de Vereadores de São Paulo – Viaduto Jacareí 100, Bela Vista – auditório Prestes Maia, 1º andar.
O evento é dirigido a profissionais de saúde, gestores de políticas públicas, pesquisadores, laboratórios farmacêuticos e associações de pacientes.
Este encontro é um passo fundamental para a identidade regional, a construção de redes, acordos e o compartilhamento do conhecimento de cada um dos países latino-americanos do continente, para a incorporação no cenário internacional, com uma estratégia que permita chegar mais eficientemente aos que convivem com estas enfermidades em nossos países.
Considerando a importância dos temas que serão abordados, contamos ainda com o apoio institucional da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida – SMPED e da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, na realização deste evento.
Os temas abordados neste encontro serão: políticas públicas, aspectos regulatórios, modelos de atenção e diagnóstico, investigação e pesquisa. Tendo em vista favorecer o acesso à informação, a entrada será gratuita porém o número de vagas é limitado. Inscreva-se através do site:
Importante! ANS – Consulta Pública Nº 53 – Participe!!
São Paulo, 25 de junho de 2013.
ANS – CONSULTA PÚBLICA – Nº 53
Encontra-se aberto o acesso à Consulta Pública feita pela Agência Nacional de Saúde – ANS – para atualização da Resolução Normativa que define o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.
Dispõe sobre a referência básica para cobertura mínima obrigatória da atenção à saúde nos planos privados de assistência a saúde, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999, e naqueles adaptados conforme a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
O que são Consultas Públicas
Consultas Públicas são discussões de temas relevantes, abertas à sociedade e realizadas através da pagina da Agência Nacional de Saúde. Na Consulta Pública, que funciona com tempo determinado, a ANS busca ouvir a população e obter subsídios para o processo de tomada de decisão. Espera-se assim, tornar as ações governamentais mais democráticas e transparentes. A Consulta Pública deve contar com a participação, tanto de cidadãos quanto de setores especializados da sociedade, como sociedades científicas, entidades profissionais, organizações não governamentais, professores e pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa e representações do setor regulado (planos de saúde).
Por que a Retina Brasil solicita a sua participação nesta Consulta Pública?
A sua opinião e considerações a respeito deste tema são fundamentais para, junto do Ministério da Saúde, garantir o direito à Saúde e, em especial, garantir o acesso dos pacientes ao diagnóstico e também ao tratamento disponível aos pacientes com retinopatia diabética através dos seus planos de saúde.
No Rol de Procedimentos que está em vigor, o tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização) para a degeneração macular relacionada à idade – DMRI já está garantido ao paciente com plano de saúde e desejamos que este mesmo procedimento seja considerado para a Retinopatia Diabética no Rol para 2014.
Como representante da sociedade e como cidadão você pode se manifestar e auxiliar as pessoas acometidas por essas doenças da retina a ter garantido o direito de realizar diagnóstico e tratamento pelos Planos de Saúde.
Como manifestar-se?
Está aberta até o dia 07/07/13 a consulta pública da ANS para o novo Rol de Procedimentos que vigorará a partir de Janeiro/2014. Para dar a sua contribuição nesta causa, manifestando o seu papel de cidadão acesse o link: http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-publicas
Desta forma poderemos garantir que, além do diagnóstico, os pacientes acometidos terão a oportunidade de seguir seu tratamento junto ao seu Plano de Saúde e nós da Retina Brasil, teremos como oferecer orientações mais fidedignas e com confiança se houver o tratamento assegurado.
Retina Brasil participa da Consulta Pública Nº 53 – Participe você também!
São Paulo, 25 de junho de 2013.
À
ANS – Agência Nacional de Saúde
Somos a Associação de Pacientes – RETINA BRASIL, organização social que atua em âmbito nacional, falando em nome de mais de 4 mil membros. Temos por objetivo oferecer apoio, informação e orientação a respeito das Doenças Degenerativas da Retina, dentre elas a degeneração macular relacionada à idade – DMRI.
Além dos pacientes com doenças degenerativas da retina, recebemos inúmeros contatos de pacientes e familiares solicitando-nos ajuda para acesso a diagnóstico e tratamento para as mais variadas doenças relacionadas à retina, dentre elas a Retinopatia Diabética.
Com relação à Consulta Pública da ANS de n. 53, que trata do novo ROL de procedimentos na área da saúde que vigorará a partir de Janeiro/2014, gostaríamos de solicitar que, além da inclusão de exames para diagnóstico da Retinopatia Diabética, fosse também considerada a inclusão do tratamento da mesma na cobertura dos planos de saúde.
Sabemos que o rol atual já proporciona o tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico (com diretriz de utilização) para DMRI e desejamos que este mesmo procedimento seja considerado para a Retinopatia Diabética no Rol para 2014.
Desta forma poderemos garantir que, além do diagnóstico, os pacientes acometidos por esta patologia que pode levar à cegueira, terão a oportunidade de seguir seu tratamento por meio de seu Plano de Saúde. Nossa Associação terá com esta medida, cumprido seu papel de lutar pelo direito desses pacientes ao diagnóstico, exames e tratamento para suas doenças.
Atenciosamente,
Maria Júlia Araújo
Presidente – Retina Brasil
Recursos de Apoio a Pacientes com Visão Sub-Normal
Nos estágios iniciais da perda de visão a maioria dos pacientes com Doenças Degenerativas da Retina (DDRs) podem gerenciar muito bem suas tarefas visuais. No entanto, a medida em que a perda da visão avança, algumas adaptações são necessárias. Há uma ampla gama de recursos, serviços e tecnologias que colaboram na rotina de pessoas com baixa visão. Esta realidade é muito mais concreta em países desenvolvidos, enquanto que nos países em desenvolvimento ainda há um longo caminho a se percorrer.
A internet tornou-se uma ferramenta muito importante na sensibilização da população sobre o assunto, promovendo debates e discussões que vão desde questões de legislação e direitos das pessoas com deficiência até o compartilhamento de experiências para tornar a vida dessas pessoas mais fácil.
Dispositivos auxiliares
Um dispositivo auxiliar pode ser tão simples como uma caneta de ponta de feltro preto ou tão complicada como um programa de computador de reconhecimento de voz capaz de escrever uma carta. Alguns são ópticos, como o uso de lentes e prismas conhecidos há centenas de anos, enquanto outros se apóiam na mais recente tecnologia.
É importante ressaltar que nenhum dispositivo auxiliar pode substituir nossa complexa visão. Portanto não há um dispositivo universalmente compatível. É necessário testar alguns, de diversos fabricantes e desenvolvedores e avaliar como é a adaptação com cada um deles.
Para um dispositivo auxiliar ser bem sucedido, três passos importantes precisam ser seguidos:
- Avaliação precisa
- Boa escolha de dispositivo
- Formação na utilização do dispositivo
Dispositivos Ópticos
Estes são fornecidos por um especialista após cuidadosa avaliação de sua visão remanescente. As três técnicas que ele pode usar devem incorporar ampliação de tamanho, de distância ou angular.
Dispositivos de ampliação pode ser acoplados ao nosso corpo como os óculos ou manuseados como as lupas. Existem no mercado uma variedade enorme de dispositivos de ampliação que devem atender à diferentes necessidades.
Tecnologia Assistiva
O rápido avanço da aplicação e miniaturização de novas tecnologias tem ajudado na produção de programas de computador e dispositivos para pacientes de baixa visão. As opções são Vastas e uma visita a um fornecedor de serviços especializados é fundamental. Para ajudar a entender o que você deve buscar aqui estão algumas descrições gerais.
Ampliação de tela e software de voz
Estes programas irão converter texto normal em um formato acessível – seja para uma versão ampliada ou uma versão de voz. Eventualmente, algumas pessoas com perda de visão devem considerar um pacote que combine as duas funcionalidades.
As versões mais recentes do Windows têm ambos os elementos internos, procure o ícone de acessibilidade em seu painel de controle. Ícones do desktop podem ser ampliados, textos e e-mails ampliados ou convertidos em voz. Contraste e tamanho também são ajustáveis.
Reconhecimento de caracteres
Scanners trazem o texto para o computador para que os programas acima possam transformá-los em versões audíveis para pessoas com baixa visão. Há scanners que são portáteis e funcionam como um mouse. Quando combinado com um computador com a leitura de tela ou software de ampliação, por vezes, pode ser tudo o que uma pessoa com baixa visão precisa em seu local de trabalho. Um scanner fixo em uma estação de trabalho pode estar disponível através de uma rede de computadores a outros trabalhadores e pode ser uma solução mais rentável para os empregadores.
Um scanner de Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR) converte texto em fala. Estas são máquinas caras, mas versáteis para aqueles sem conhecimentos de informática. O texto pode ser salvo e excluído.
Outros Dispositivos & Serviços
Conversores de voz para texto
Estes conversores precisam de configurações para reconhecer a voz, mas são de enorme benefício para pessoas com poucas habilidades nos teclados. Programas de fala para telefones são extremamente úteis para o uso de mensagens de texto ou o catálogo de endereços.
Audio livros
Há Organizações Não Governamentais que fornece estes serviços em muitos países. No Brasil, a Fundação Dorina Nowill fornece este tipo de material. Faça-os uma consulta.
Acesso à telefonia
Alguns provedores de serviços de telefonia têm um livre serviço de informações telefônicas para os usuários com deficiência visual. Verifique com o seu provedor local.
ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA
Treinamento para Atividades da Vida Diária
Algumas organizações fornecem treinamentos para que os pacientes e cuidadores entendam e saibam como lidar com a perda de visão. São dicas úteis, treinamento e técnicas de adaptação para a casa ou local de trabalho.
Orientação e Mobilidade
Mobilidade
Ir do ponto A ao ponto B muitas vezes é a complicação mais frustrante para as pessoas com baixa visão. O uso da bengala pode ser um recurso muito útil para a independência das pessoas com baixa-visão. Várias instituições de deficientes visuais oferecem treinamento para que esse recurso seja usado com segurança.
Bengala
Há uma infinidade de modelos para diversas funcionalidades. Geralmente a bengala curta é o primeiro recurso à mobilidade utilizado por pessoas com a diminuição da visão. Para as pessoas com baixa-visão sua principal função é alertar outras pessoas para a sua perda de visão, isso muitas vezes, vai salvar-lhe do constrangimento e ridicularizarão do público desavisado da sua limitação visual.
O uso eficiente e seguro de uma bengala longa requer treinamento especializado de um instrutor de mobilidade, mas para as pessoas com grave perda de visão periférica, isto pode ser uma ferramenta libertadora.
Sistemas de Posicionamento Global (GPS)
Há uma série de testes sendo realizados com o objetivo de integrar Sistemas de Posicionamento Global como um auxiliar de navegação.
Instruções para o dia a dia
Como parte do treinamento de mobilidade, algumas organizações fornecem treinamentos que oferecem dicas úteis sobre a formação, orientação e técnicas de adaptação para a casa ou local de trabalho.
Cão Guia
ONGs oferecem este serviço em alguns países, mas o estilo de vida e a aceitação cultural pode ser um fator determinante. A maioria dos provedores insistem em treinamento com bengala muito antes de um cão-guia. Geralmente é necessário treinamento na ONG e no seu ambiente doméstico.
Educação e Carreiras
Escola
A maioria das crianças com a degeneração da retina completam sua educação em escolas regulares. Para que isso seja bem sucedido o apoio de pais e professores é um pré-requisito. Crianças com deficiência grave podem se beneficiar da ajuda e atenção individual oferecidos por atendimento educacional especializado. A decisão deve ser feita pelos pais em consulta com especialistas. Cada criança deve ser considerada como um indivíduo e não há regras rígidas e rápidas para a tomada de qualquer decisão.
Dicas para Professores:
- Garantir iluminação adequada em sala de aula em todos os momentos. Eventualmente, uma lâmpada de mesa para a criança pode ser necessária. Acender a luz imediatamente após a apresentação de filme ou vídeo.
- Permitir que a criança escolha sentar mais próxima ou ao lado do quadro-negro.
- Permitir tempo extra para completar tarefas e atribuições. Um problema visual, muitas vezes, atrasa as tarefas da criança consideravelmente.
- A lenta adaptação às condições de luz causada pela Retinose Pigmentar pode fazer com que a criança leve por volta de 10 a 15 minutos para se ambientar e passar a ter alguma visão.
- Assegurar uma explicação verbal de todas as atividades escritas no quadro ou projetadas. Uma cópia impressa do trabalho vai permitir à criança acessá-lo com um dispositivo auxiliar.
- Permitir que a criança escreva utilize recursos especiais de caligrafia, como canetas, cadernos e livros diferenciados. Crianças com degeneração macular não pode ver as pautas do caderno adequadamente. Sempre que possível permita que a criança use seu computador.
- Assegurar que os dispositivos necessários de assistência são fornecidos para que o aluno possa lidar com tarefas visuais.
- Estar ciente dos problemas de segurança na sala de aula que podem ser causados por obstáculos como mochilas e lancheiras deixadas nos corredores.
- Assegurar que os livros de texto estejam disponíveis para gravação por prestadores de serviços especializados.
- Incentive a criança a participar de atividades extra-classe onde sua perda visual não inibem o seu sucesso, tais como natação, corrida, teatro, xadrez ou debate.
- Incentivar o debate aberto e honesto com o aluno e com os companheiros de classe. Simuladores de baixa visão são uma boa maneira de desmistificar a perda da visão e estimular a compreensão e empatia imediata dos funcionários e estudantes.
- Incentivar o aluno a articular as suas necessidades, mas incentivá-los a alcançar o seu potencial sem o uso de sua perda de visão como uma desculpa para não tentar.
- Garantir orientação profissional especializada.
Orientação Profissional
As tecnologia de acesso abriram o mundo para pessoas com baixa visão e estereotipar a criança deve ser evitado a todo custo. Incentive a criança a desenvolver um interesse e uma paixão por algo e explorar as possibilidades de carreira que esta paixão proporciona. Vivemos em uma sociedade baseada na informação e garantir que a criança tenha bons conhecimentos de informática vai abrir este mundo para eles.
Pessoas com perda visual moderada ou até mesmo severa têm carreiras de sucesso em quase todos os campos, incluindo:
Finanças, Política, Administração, Ensino, Fonoaudiologia, Fisioterapia, programação de computadores, Psicologia, Terapia Estética, Vendas, Palestras, Direito, Relações Públicas e Jardinagem, mas a lista é interminável.
Encontrar um modelo de sucesso e mentor para a criança, muitas vezes, pode ser toda a motivação de que eles precisam.
Família e Relacionamentos
As doenças degenerativas da retina são mais comumente herdadas de forma recessiva. Isto significa que não há histórico de perda de visão na família e, consequentemente, nenhuma ideia do que o futuro reserva para a pessoa ou pais de uma criança afetada. Os passos normais de luto pela perda da visão é comum.
Estes são os seguintes:
Negação: Buscar outra opinião médica é comum, na esperança de que houve um diagnóstico errado.
De barganha: Curandeiros e charlatões são frequentemente procurado por uma cura milagrosa.
Raiva: Contra tudo e contra todos é comum. No caso dos pais de uma criança afetada essa raiva muitas vezes se transforma em buscar um culpado por carregar um gene da doença
Depressão: Esta é muitas vezes um efeito colateral grave e recorrente de perda de visão.
Aceitação: Apenas quando ela for alcançada você pode assumir o controle de sua vida novamente.
A criança com necessidades especiais muitas vezes pode colocar grande pressão sobre os outros membros da família com resultados devastadores. Sentimentos não expressos de culpa e medo às vezes podem levar a uma degradação geral da comunicação familiar. Quando um cônjuge é diagnosticado o parceiro saudável muitas vezes se sente incapacitado para lidar com a carga extra e se afasta de enfrentar esse medo. O aconselhamento familiar feito antes que isso aconteça irá evitar essas reações extremas. Após o diagnóstico de uma DDR uma sessão de aconselhamento pode ajudar a estabelecer a comunicação aberta e honesta na família.
Uma criança com degeneração da retina precisa de ser acompanhada muito sabiamente. É importante não super-proteger a criança ou deixá-los usar sua perda de visão como uma desculpa para não cumprir o seu potencial. Não negligenciar os outros irmãos também é fundamental.
O maior presente que você pode dar ao seu filho especial é uma boa auto-imagem e uma crença de que com dedicação e perseverança, ele pode alcançar as estrelas.
Fonte: Site da Retina Internacional: http://www.retina-international.org/resources/
Os três principais padrões de herança
ReaTech
XII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade
Para mais informações, clique aqui.
Nova droga para o tratamento da DMRI
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANVISA) aprovou mais um medicamento para o tratamento da Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) em sua forma úmida. Trata-se do aflibercepte (Eylia®), comercializado no Brasil pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals. O presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), Walter Yukihiko Takahashi, faz a análise da situação do tratamento da DMRI com este novo cenário em potencial.
A DMRI é a maior causa de cegueira legal após 65 anos de idade. Esta doença é classificada de duas formas: a seca e a úmida. A forma seca não possui tratamento existente. Embora a forma úmida, ou exsudativa, corresponda a apenas 10% das ocorrências, é responsável por 90% dos casos de cegueira pela DMRI. Seu tratamento é eficiente há cerca de sete anos.
Até agora, dois medicamentos estavam disponíveis para tratamento da DMRI por meio de tratamento ocular quimioterápico com antiangiogênico: o ranibizumabe (Lucentis® – Novartis) e, “off label”, o bevacizumabe (Avastin® – Roche), que combatem a molécula responsável pela ativação da doença, Vascular Endothelial Growth Factor (VEGF). Ambas precisam de uma dose de ataque que consiste na aplicação de uma injeção mensal por três meses. A manutenção do tratamento depende de cada caso e do esquema proposto. Mas são pacientes que devem ser seguidos por anos a fio, uma vez que a recidiva é bastante comum nesses casos.
Uma nova droga, o aflibercept (Eylea® – Bayer), chega ao mercado. Já está aprovada para uso nos Estados Unidos desde dezembro de 2011 e agora também no Brasil, já que foi aprovado pela ANVISA há poucas semanas, com previsão para chegar ao mercado brasileiro em poucos meses. Trata-se de uma nova molécula que combate dois fatores que provocam o recrudescimento da doença, o VEGF e o Placenta GrowthFactor (PlGF). Segundo dois grandes estudos, o VIEW I e II, publicados pelo Diretor do Serviço de Retina e Vítreo do Ophthalmic Consultants of Boston, Jeffrey S. Heier (confira no site http://bmctoday.net/retinatoday/pdfs/rt0312_feature_heier.pdf), no primeiro ano de tratamento, aparentemente, menos infusões são necessárias para se controlar a doença em comparação com o ranibizumabe. No segundo ano, o número de infusões foi semelhante com as duas drogas. Entretanto, pelos esquemas propostos de tratamento que existem no momento, o que trata da doença assim que a fase ativa aparece e o que trata da doença antes que a fase ativa apareça, há expectativa de que menos infusões sejam necessárias para se controlar a doença ao longo do tempo.
Por se tratar de medicação nova, nada está comprovado ainda e somente o tempo e a realização de novos estudos permitirão que conclusões sejam tomadas. De qualquer forma, o retinólogo dispõe de uma nova arma em seu arsenal para o tratamento da DMRI exsudativa e tem a chance de mudar de uma medicação para outra se a primeira não funcionar ou se perder o efeito desejado. Quem tem a ganhar, e muito, é o paciente. Em muitos casos, consegue-se manter visão útil por muitos anos”.
Fonte: Jota Zero – Informativo do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Nº 146, Novembro/Dezembro 2012.